Manuel Loff, João Freitas e Maria José Ribeiro foram os oradores de uma sessão promovida pelo núcleo da URAP do Porto, dia 30 de Novembro, na sede da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto dedicada ao tema "Fascismo – Ontem e hoje: Resistência!".
Numa lição de História, rica e esclarecedora, Manuel Loff, historiador, investigador e professor universitário, contextualizou o nascimento da ideologia fascista, os seus desenvolvimentos e ascenso ao poder, por via legal e em "coligação" com outros, a situação de crise económica, social, política e o confronto com a Revolução Socialista, a sua derrota na II Guerra Mundial, mas não a sua morte.
Na actualidade, disse, apresentam-se com outras roupagens. Nenhum partido vai a eleições cunhando-se de fascista, os actuais representantes da extrema-direita portuguesa foram recentes militantes ou mesmo dirigentes do PSD ou CDS. Contudo, possuem traços comuns de racismo e xenofobia, de intolerância face a minorias, de medo da invasão estrangeira: a ameaça das comunidades emigrantes, dos povos do sul e o liberalismo económico.
Referindo-se à criação do Museu Salazar, Manuel Loff explanou as razões de fundo que encontra para que não vá por diante o chamado "Centro Interpretativo do Estado Novo" na terra onde nasceu o ditador, e a urgência da preservação da memória da resistência antifascista.