A URAP prepara-se para lançar uma nova publicação. Trata-se de um livro entitulado "MJT e a Luta dos Jovens Trabalhadores - Fios de Memórias". A sessão de lançamento terá lugar no dia 9 de Fevereiro, Sábado, em Lisboa, na Voz do Operário, às 15h. Uma nova sessão ocorrerá no Sábado seguinte, 16 de Fevereiro, no Porto, na Árvore – Cooperativa Cultural, às 15h.
Com este livro pretende-se celebrar os 50 anos da criação do Movimento da Juventude Trabalhadora (MJT) enquanto experiência singular de organização e luta dos jovens trabalhadores que se desenvolveu nos últimos anos da ditadura fascista e início da Revolução de Abril.
O MJT surgiu da necessidade objectiva de organizar uma camada social que crescia, na medida em que se alargava a industrialização do país, a partir da dinâmica corporativa do fascismo – a ditadura terrorista dos monopólios e dos latifundiários, associados ao capital estrangeiro – e que chegava à juventude, em larga medida, já com uma importante consciência de classe, uma vez que muitos deles começavam a trabalhar muito cedo, sendo muito vasta a dimensão daqueles "que nunca foram meninos", de que falava Soeiro Pereira Gomes.
O MJT tinha como características principais o seu carácter amplamente unitário e formas de trabalho e organização maleáveis e voltadas para as massas, sendo que antes do 25 de Abril assumia soluções de actuação legais e semi-legais. Embora só a partir da Revolução de Abril se tenha criado uma estrutura nacional representativa — a Comissão Central e um órgão executivo mais pequeno para um melhor trabalho de direcção e de ligação às comissões distritais e frentes de trabalho específicas —, o MJT desenvolveu, quer antes quer depois do 25 de Abril, uma actividade intensa, realizando milhares de iniciativas, fazendo e distribuindo milhares de documentos e boletins e mais tarde, já no decorrer da Revolução, assegurando a publicação regular do seu próprio jornal mensal, o Jovem Trabalhador.
O que se apresenta ao longo das páginas do livro é resultado do trabalho de sócios e activistas da URAP que, na sua qualidade de antifascistas e participantes activos no movimento dos jovens trabalhadores, agora se juntaram, reunindo documentação, reflectindo e depois, com indispensável persistência, procuraram deixar o seu contributo e a sua visão sobre a luta dos jovens trabalhadores, e em particular o MJT na luta contra a ditadura e depois na revolução do 25 de Abril.
Ler mais...