Jorge Silva Melo, 73 anos, antifascista e figura maior da cultura portuguesa, encenador, actor, dramaturgo, cineasta, tradutor, crítico, professor, morreu na noite de 14 de Março, em Lisboa, vítima de cancro.
Nascido em Lisboa, a 7 de Agosto de 1946, recebeu o grau de Comendador da Ordem da Liberdade em 2004. Em 21 de Fevereiro de 1968, Dia Internacional de Luta pelo Vietname, foi preso pela PIDE quando participava numa manifestação.
“Era um dia em que o Américo Tomás regressava de uma visita às colónias, as manifestações tinham aqui um duplo sentido evidente”, disse numa entrevista. Antes de ser libertado raparam-lhe o cabelo na prisão de Caxias, como forma de humilhação.
Fundou em 1972, com Luís Miguel Cintra, o Teatro da Cornucópia. Foi igualmente fundador (1995) e director artístico da companhia Artistas Unidos.
Jorge Silva Melo participou na crise académica de 1965 enquanto estudava na Faculdade de Letras de Lisboa, onde a associação de estudantes estava proibida. Juntou-se então ao grupo de teatro por ser “a única forma de estar junto com outras pessoas”.