Faz hoje 40 anos que Álvaro Seiça Neves abriu o III Congresso da Oposição Democrática em Aveiro, lendo o telegrama do Prof. Ruy Luís Gomes, Presidente do Congresso, impedido pelo fascismo, de estar presente. O III Congresso da Oposição Democrática, com todo o trabalho preparatório, envolveu milhares de portugueses.
As teses e comunicações apresentadas ao Congresso (cerca de 200), metade das quais colectivas, foram o produto de largos debates sobre diversos aspectos da situação económica, social, cultural e política de certas regiões ou distritos, de classes sociais e profissionais.
O Congresso de Aveiro foi um grande exemplo de coragem, de determinação e de unidade contra a repressão fascista.
Até ao último momento, o fascismo tudo fez para evitar a sua realização. Já mesmo em cima do acontecimento, bloqueou a passagem dos autocarros que traziam os democratas, obrigando os mesmos a percorrerem a pé uma distância ainda bastante grande até ao Cine-Teatro Avenida. Foram momentos inesquecíveis!
Os que já estavam no recinto do Congresso, saudavam com entusiasmo, os companheiros que vinham chegando a pé, pelos campos. Aveiro estava repleta de polícia de choque. E, mostrando bem o que era a primavera marcelista, carregou forte contra os democratas, na manifestação que se dirigia para a campa de Mário Sacramento, num acto simbólico de luta pela Liberdade.
Para comemorar o 40º aniversário do Congresso de Aveiro, a URAP irá promover uma série de iniciativas em Outubro sob o lema "Abril de 73 - Abril de 74: um ano a caminho da vitória".