MANIFESTO AO POVO DA MARINHA GRANDE
ABRIL DE NOVO COM A FORÇA DO POVO
 
Há precisamente 39 anos Portugal acordava de uma longa e obscura noite, fascista e ditatorial. O pesadelo de 48 anos de repressão, submissão, miséria social e tirania, deu lugar ao sonho emancipador de democracia plena, igualdade e liberdade. Justiça e autonomia!
Nos dias que correm, esse sonho permanece nos anseios das mulheres e homens deste país, deste povo. Mas a politica dos sucessivos governos foi mitigando o sonho, a troika nacional (PS, PSD e CDS) foi cortando nos direitos de Abril, que com sangue e lágrimas, o povo justamente conquistou.
 
A intervenção externa, da troika internacional (FMI, UE e BCE), sob o patrocínio e subordinação de quem nos governa, mina o presente, deixando um futuro penoso no horizonte, e o sonho daquele Abril de 1974 mais longe de concretizar.
 São políticas que promovem o sofrimento do nosso povo, políticas autoritárias que são suportadas pela manipulação e controlo dos principais meios de comunicação social, pela promoção da cultura do medo e da violência sobre as consciências das pessoas. São políticas inconstitucionais, antidemocráticas e antipatrióticas.
 
Podemos sentir a angústia e revolta nos olhos do pai que não tem pão para alimentar os filhos, nos filhos de mães desempregadas ou no doente que não tem dinheiro para medicamentos!
A saúde, a educação e o trabalho são direitos básicos! Essenciais para a dignidade humana.
 
Estas políticas são implacáveis no que respeita à retirada de direitos dos trabalhadores, no aumento das “taxas moderadoras da saúde” e das propinas no ensino superior, no corte de salários e pensões. Ao mesmo tempo estes mesmos governos nada fazem para cobrar as dívidas ao BPN (superiores a 1000 MILHÕES de euros), contraídas por conhecidas personalidades do “arco do poder” e ainda enterram mais de 10000 MILHÕES de euros para tapar os buracos do BPN, BPP, BANIF e BPI. A urgência de lutar pelos direitos de um povo é uma necessidade. Para que os jovens, os trabalhadores, os pensionistas e idosos, todos, tenham uma vida condigna. Para que a fome e a pobreza não sejam uma verdade incontestável. Para que desemprego não seja aceite como normal. Para que a Constituição da República Portuguesa seja cumprida e respeitada.
 
Honremos ainda a memória dos heróis antifascistas da Marinha Grande, especialmente os já falecidos, que fizeram da sua existência luta, para construir um país melhor, mais fraterno e solidário.
A forma mais correcta de homenagear aqueles que tiveram essa ousadia, sacrificando a sua vida em prol do bem comum, é continuar os ideais que Abril abriu! Defender o que tanto custou a conquistar!
 
Mais cedo do que alguns pensam o POVO vai dizer BASTA! É indispensável mudar de política. Por um Portugal soberano e livre, com equidade e progresso social, convocamos todos os que se identificam com o Portugal de Abril para que se ergam, adiram ao Manifesto e participem no concerto por “Abril de Novo Com a Força do Povo”, no próximo dia 20 de Abril, Sábado, no Jardim da Marinha Grande, no centro tradicional frente à Junta de Freguesia da Marinha Grande, pelas 16.00 horas.
 
Marinha Grande, 6 de Abril de 2013 Organização promotora - Núcleo da Marinha Grande da União de Resistentes Antifascistas Portugueses
 
Organizações aderentes – ASURPI, CLUBE DOS MÚSICOS DA MARINHA GRANDE, CURPI, MDM, PCP, STAL, STIV

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Intervenção de Celestina Leão na Homenagem às vítimas do fascismo no Tarrafal, realizada a 16 de Março de 2013, em Lisboa, no Cemitério do Alto de S. João

 

Amigos:
A URAP congratula-se com a vossa adesão à homenagem, que anualmente vem realizando junto a este mausoléu, erigido em memória dos combatentes e resistentes na luta contra o fascismo, que morreram no Campo de Concentração do Tarrafal.
Apesar dos muitos anos passados, achamos oportuno recordar neste momento, ainda que sucintamente, o que representou na história de Portugal a existência daquele Campo de Concentração, que foi criado em 1937.
- Logo no início da ditadura fascista, registou-se no país um poderoso surto de lutas sociais e políticas. A primeira revolta armada surge em 1927, apoiada por milhares de populares. A sua repressão  provocou centenas de mortos, feridos e deportados. Seguiu-se  a revolta  do Batalhão de Caçadores 7, em 1928. Três anos depois explode a revolta da Madeira que se manteve durante 25 dias, enfrentando as forças do Governo. Seguem-se as revoltas dos deportados políticos da Ilha Terceira, em S. Tomé, em Cabo Verde e na Guiné.
- Entretanto, a fascização do Estado português desenvolve-se tomando como modelo o fascismo de Mussolini e posteriormente o nazismo de Hitler. Em simultâneo crescem as lutas contra aquela concepção de «Estado forte», que na prática significava: repressão, abolição de partidos, eliminação de sindicatos livres, imposição da censura falada ou escrita, etc.
- Em 1934 na luta contra a fascização dos sindicatos, destacou-se a Revolta dos trabalhadores da Marinha Grande com a ocupação da Vila e a intervenção da GNR, que prendeu dezenas de manifestantes.
- Em 1935 os funcionários públicos passam a ser obrigados a assinar uma declaração anticomunista. Em consequência foram demitidos milhares de funcionários que não deram provas de aceitar tal medida.   
- Em 1936 revoltaram-se os marinheiros do navios : Dão e Afonso de Albuquerque.  
- Entretanto, o avanço do fascismo pela Europa matava e aprisionava populações quase inteiras, criando para o seu aprisionamento um elevado número de campos de concentração, de inspiração hitleriana, visando o extermínio dos prisioneiros. Foi um processo iniciado na Alemanha que rápido se  alargou a toda a Europa.
- No quadro de protestos nacionais atrás descritos, a ditadura de Salazar decidiu criar também um campo de morte lenta para aí concentrar os mais destacados lutadores antifascistas e aterrorizar o povo. A ordem caíu em  Cabo Verde, na chamada «Colónia Penal» do Tarrafal, numa das piores zonas climáticas, a  Achada Grande, na Ilha de Santiago.
- As intempéries, a água inquinada, a má alimentação, os mosquitos, o paludismo, a falta de medicamentos, associados aos: trabalhos forçados, castigos, violência dos carcereiros, bem como às sentenças do director do campo Manuel dos Reis, que vociferava « Quem vem para o Tarrafal vem para morrer!», e do próprio médico para ali destacado que dizia: «não estou aqui para tratar, estou para passar certidões de óbito!»; dão bem a  ideia de quão sinistra era ali a repressão fascista.
- Enfim, para que não volte a haver em Portugal uma ditadura fascista, a URAP propõe como principais  objectivos, os seguintes
Defender e consolidar as liberdades democráticas e a vigilância popular, dentro de um espírito amplamente unitário, combatendo todas as manifestações ou tendências fascistas;
Pugnar pelo reconhecimento público dos direitos e da autoridade moral dos combatentes da resistência antifascista;
Divulgar todas as violências do regime fascista, bem como quaisquer ofensivas de carácter fascista cometidas no Portugal democrático, responsabilizando os seus autores;
Contribuir activamente para a defesa dos princípios democráticos da paz e da cooperação entre todos os povos do mundo;   
Apoiar, por todas as formas ao seu alcance, as vítimas do fascismo em Portugal bem como as vítimas do fascismo internacional, designadamente os refugiados políticos;   
Etc... etc.

Enfim, amigos, TARRAFAL, NUNCA MAIS,  EM PORTUGAL !!!

 

16 de Março de 2013

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A FIR, a organização internacional de antigos combatentes da resistência, apoiantes, vítimas do

fascismo e antifascistas das gerações de hoje, condena a perseguição contra 35 líderes sindicais da PAME em Atenas. Embora o Ministério Público não tenha encontrado qualquer testemunha para as suas acusações o julgamento continuará em Junho de 2013.

Vemos este julgamento não apenas como um ataque contra os acusados ​​líderes sindicais da PAME e o direito dos sindicatos na Grécia, mas também contra todas as pessoas que lutam contra os cortes sociais, as mudança da lei dos trabalhadores e a actual reversão da liberdade e dos direitos democráticos.

Sabemos pela história: a resolução dos problemas económicos e políticos da sociedade no interesse do povo só pelo resultado da luta activa do movimento dos trabalhadores. Todas as tentativas de diminuir o papel dos sindicatos e seus direitos pioram cada vez mais a situação das pessoas. A crise económica resulta em pobreza e abre as portas ao populismo de direita. Para lutar contra ambos precisamos de sindicatos fortes e activos.

É por isso que FIR declara a sua profunda solidariedade com os 35 dirigentes sindicais da PAME e com o movimento operário. Apelamos também aos membros das nossas federações a expressar sua solidariedade e apoio.

Decisão do comité executivo - Fevereiro 2013
Dr. Ulrich Schneider
Secretário Geral

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URAP > Documentos

Resolução aprovada na Assembleia Geral, realizada a 2 de Março de 2013, na Biblioteca-Museu República e Resistência, em Lisboa.

 

Considerando que:

 

  1. A política do actual Governo do PSD/CDS mergulhou o país numa grave crise financeira, económica, política e social;

  2. Que o Governo não só não conseguiu cumprir nenhum dos objectivos a que se propôs como, ao invés, agravou todos os índices macroeconómicos geradores dessa mesma política;

  3. Que as medidas de autoritarismo impostas por este Governo degradaram fortemente a vida dos cidadãos, minaram a sua confiança, deterioraram o Estado Social e estão a pôr em causa as próprias Instituições democráticas, tal como as conhecemos;

  4. Que o Governo tem demonstrado uma inaceitável submissão aos interesses do grande capital financeiro e um visível desprezo pelos interesses nacionais;

  5. Que é o próprio Governo a assumir que com esta política o desemprego estrutural se irá manter nos 14%, o que significaria a existência permanente de mais de 700 mil desempregados no nosso país;

  6. Que a legitimidade do Governo se encontra ferida pelo facto de estar a governar em frontal oposição ao programa com que se propôs ao eleitorado;

  7. Que a crescente oposição a esta política pode gerar situações de ingovernabilidade idênticas às surgidas quer na Grécia quer recentemente na Itália

 

Os membros da União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) reunidos em Assembleia Geral, situada na Rua Alberto de Sousa, 10 A, à Zona B do Rego em Lisboa, a 02 de Março/2013, deliberam:

 

1 - Protestar veementemente contra esta política;

 

2 - Solicitar ao Sr. Presidente da República e à Assembleia da República a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições de forma a devolver a palavra aos cidadãos;

 

3 - Reafirmar a sua firme disposição em lutar por todas os meios ao seu alcance pela defesa da democracia e pelo cumprimento escrupuloso dos valores inscritos na Constituição da República Portuguesa;

 

4 - Enviar esta resolução ao Sr. Presidente da República e à Assembleia da República;

 

5 - Dar conhecimento desta resolução ao Governo, ao Provedor de Justiça à FIR (Federação Internacional de Resistentes) e à Comunicação Social.

 

 

Lisboa, 02 de Março/2013

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