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Amigos, Companheiros sócios da URAP

O fascismo existiu em Portugal durante 48 anos e este facto marcou a nossa existência como Povo, não devendo ser esquecido pelos portugueses que amam a liberdade.

Durante o domínio da ditadura fascista houve violências, masmorras, torturas, assassinatos. Milhares e milhares de antifascistas conheceram a prisão, alguns por dezenas de anos.

O fascismo em 1936 criou o Campo de Concentração do Tarrafal com a finalidade de assassinar os democratas mais combativos e, do mesmo modo, aterrorizar todo o Povo Português, que nunca se conformou com a opressão a que estava sujeito.

No Campo de Concentração do Tarrafal morreram 32 antifascistas e é em homenagem a esses combatentes da liberdade lá assassinados que surgiu a ideia de construir este monumento para nele serem colocados as ossadas dessas vítimas do fascismo. O monumento é ao mesmo tempo uma homenagem a todos os que, durante o fascismo se bateram pela Liberdade e contra a tirania.

As gerações futuras poderão saber que o fascismo existiu, assim como existiu o Campo de Concentração do Tarrafal, onde 340 antifascistas estiveram prisioneiros, somando as suas penas, um total de 2 mil anos, 11 meses e 5 dias de prisão.

Este Mausoléu de homenagem aos Tarrafalistas, foi construído com base numa subscrição nacional, apoiada por forças antifascistas e actuamente está à guarda da URAP, sendo a sua manutenção e conservação da responsabilidade da Câmara Municipal de Lisboa.

Neste mesmo local e na homenagem aos heróicos tarrafalistas que a URAP organiza anualmente, para que este símbolo de luta e resistência não seja esquecido, o seu Conselho Directivo comprometeu-se a organizar uma visita guiada ao Campo de Concentração do Tarrafal. Hoje estamos aqui a dar-vos nota desta nossa iniciativa.

A visita decorreu de 30 de Abril e 6 de Maio/2009, por altura do encerramento do Simpósio Internacional levado a cabo pela Fundação Amílcar Cabral - exactamente no dia 1 de Maio de 2009, 35 anos passados sobre o encerramento definitivo do Campo.

Este evento era um objectivo antigo das anteriores Direcções da URAP, mas só em 2009 pode ser concretizado e nela participaram 40 antifascistas, entre sócios, familiares e amigos dos presos e da URAP.

Foi um acontecimento inolvidável e de grande significado político, tendo a delegação deslocado ao cemitério da vila do Tarrafal, onde restam apenas as lápides dos 32 heróicos antifascistas portugueses assassinados entre 1936/54 pelo fascismo português tendo sido depositada uma coroa de flores e proferida uma alocução de sentida homenagem aos 340 presos políticos que sofreram as inumanas condições do "Campo da Morte Lenta", sendo também lembrados os 236 presos políticos africanos que ali foram detidos e pertencentes aos movimentos de libertação das ex-colónias portuguesas. Em uníssono foi gritado "FASCISMO E COLONIALISMO NUNCA MAIS".

Os 40 antifascistas portugueses assistiram depois à sessão de encerramento do Simpósio que decorreu num dos pavilhões do Campo, tendo sido lida uma saudação daquela delegação enaltecendo a luta comum que uniu os Povos de Portugal, Angola, Guiné e Cabo Verde.

Nas Conclusões do Simpósio consta a vontade de que o CAMPO DO TARRAFAL seja reconhecido como "Memorial Internacional de Luta pela Liberdade dos Povos" e a Assembleia-Geral da URAP realizada a 28 de Fevereiro/2010, assumiu o encargo, através da aprovação de uma moção aprovada por unanimidade e aclamação, de promover as acções que considerar conveniente para a participação do Povo Português e do Estado Português às iniciativas para concretização desse objectivo.

E para terminar a nossa intervenção expressamos a nossa sentida homenagem aos que na longa noite do fascismo foram portadores da chama da Liberdade, e pela Liberdade morreram.

A luta continua!...

 

Lisboa, 13 de Março de 2010

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Estamos aqui prestando homenagem aos patriotas portugueses que, numa conjuntura particularmente difícil, quando pela Europa avançava a maré negra do fascismo, se lançaram corajosamente na luta contra a ditadura salazarista e por isso foram lançados para o campo de concentração do Tarrafal - um campo de concentração criado e preparado segundo os modelos nazis que nessa época se estendiam já como uma praga sinistra sobre a Alemanha de Hitler.

Não foi em câmaras de az que foram assassinados os patriotas cujos restos mortais

aqui se encontram. A hipocrisia que caracterizou o salazarismo também aqui se demonstrou. É que no Tarrafal, quando para lá fora lançadas as primeiras levas de antifascistas portugueses, havia um assassino silencioso, que podia executar as funções das câmarâs de gaz nazis. Esse executante silencioso era o mosquito anofeles, que espalhando o paludismo em pessoas depauperadas pelos trabalhos forçados e sem tratamento, rapidamente levava à morte. A maior parte dos que estão neste mausoléu foram mortos pelas biliosas, devidas a sucessivos ataques de paludismo sem tratamento (só estou aqui para passar certidões de óbito - dizia o médico do campo).

O Tarrafal é uma expressão concreta do hipócrita cinismo da ditadura de Salazar. Mas é mais do que isso. É também um símbolo do que foi essa versão do fascismo.

Temos aqui, nestas romagens ao Mausoléu dos tarrafalistas, falado naquilo que o Tarrafal significa para o povo português. Mas o espectro do Tarrafal não ensombra só a história do povo português. Não podemos esquecer que em 1962 o Tarrafal foi reaberto - para então nele serem lançados patriotas dos movimentos de libertação das colónias portuguesas.

Também lá estão, no cemitério do Tarrafal, junto das campas onde estiveram sepultados os corpos dos portugueses que agora aqui estão, as campas dos patriotas caboverdianos, guineenses e angolanos que ali morreram também.

E é necessário lembrarmos aqui: O campo de Concentração do Tarrafal só foi definitivamente encerrado no dia 1º de Maio de 1974. Cinco dias depois da nossa revolução do 25 de Abril, que pôs fim aos 48 anos de ditadura fascista e colonialista instaurada por Salazar e continuada por Caetano.

Nesse dia, numa grande manifestação popular, milhares de caboverdianos concentraram-se em frente aos portões do Campo de Concentração e não arredaram pé sem obrigarem à abertura dos portões e à libertação de todos os presos ali detidos.

A presença dos 40 portugueses nessa comemoração, numa iniciativa organizada pela URAP, constituiu sem dúvida uma grande prova não só da memória viva que o Tarrafal tem entre o povo português como também unidade entre o povo português e os povos das colónias portuguesas, unidos na luta comum contra a ditadura fascista e colonialista e Salazar e Caetano.

Por essa mesma ocasião a Fundação Amílcar Cabral, do o apoio do Presidente de Cabo Verde, organizou um Simpósio Internacional sobre o Tarrafal.

A URAP esteve lá, a convite da Fundação. Participaram no Simpósio ministros de Cabo Verde, Guiné e Angola, em representação dos seus governos. Lamentavelmente, o Estado português não teve presença nessa iniciativa.

Uma das principais conclusões do Simpósio foi o apelo par fazer do Tarrafal, como Património Mundial, um Memorial da Luta dos Povos pela Liberdade.

A URAP, no Simpósio, apoiou calorosamente esse apelo.

O Tarrafal, com efeito, não é apenas um símbolo da luta do povo português contra o fascismo. É também uma expressão da luta comum pela liberdade, contra o fascismo e o colonialismo, que uniu os povos de Portugal, Angola, Guiné e Cabo Verde. Incluir o Tarrafal no mapa dos espaços de Património Mundial como Memorial da Luta pela Liberdade é um objectivo que se enquadra tanto na nossa luta contra o fascismo como na herança comum de luta contra o colonialismo que uniu os povos de Portugal e das colónias portuguesas.

A Assembleia Geral da URAP realizada a 27 de Fevereiro aprovou uma Moção atribuindo à direcção da URAP a responsabilidade de tomar as iniciativas que julgar convenientes para que o Tarrafal tenha essa consagração e para que o Estado português, agindo de acordo com o regime democrático instituído com o 25 de Abril, tenha participação activa nesse propósito.

A URAP garante-vos que fará tudo o que esteja ao seu alcance com esse objectivo.

A nossa acção e a nossa luta são parte indispensável da luta pela liberdade e a democracia, num mundo em que as concepções e perigos do fascismo pretendem renascer.

É um apelo à vossa participação e apoio que também aqui deixamos.

Tarrafais - nunca mais!

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O ano de 2009 continuou o ritmo muito assinalável de iniciativas em que a URAP esteve envolvida no sentido do seu crescimento e reforço, nesse sentido foram dados os seguintes passos;

  1. No dia 7 de Fevereiro a URAP reuniu a Assembleia-Geral, para eleição dos novos corpos sociais e aprovação do Relatório de Actividades e Contas.

  2. Durante o mês de Fevereiro, esteve patente em Santa Iria de Azóia, Loures, uma exposição a cargo do núcleo da URAP local na Casa da Cultura daquela freguesia acerca do Campo de Concentração do Tarrafal.

  3. O Núcleo de Setúbal da URAP levou a efeito no dia 6 de Março a inauguração de uma exposição relativa ao Dia Internacional da Mulher.

  4. No dia 21 de Março voltaram a ser homenageados os 32 antifascistas portugueses assassinados no ignóbil Campo de Concentração do Tarrafal junto ao Mausoléu erguido em sua memória no Cemitério do Alto de São João em Lisboa. Esta iniciativa reuniu, como é hábito, mais de uma centena de sócios e amigos da URAP que prestaram assim homenagem aos que deram a própria vida para que a liberdade, democracia e justiça social pudessem voltar a existir em Portugal.

  5. A 27 de Março o núcleo de Aveiro reatou as suas actividades através de uma muito concorrida homenagem ao lutador antifascista e comunista Mário Sacramento, realizada na Biblioteca Pública da cidade.

  6. A 18 de Abril, foi realizado o I Encontro de Jovens da URAP no Clube Estefânia, em Lisboa, corporizando a ligação necessária dos ideais antifascistas à juventude já nascida depois do 25 de Abril em Portugal, vários sócios com menos de trinta anos discutiram e analisaram a situação em que se encontravam os direitos conquistados após 1974 e as múltiplas deformações de que havia sido alvo o regime democrático nestes trinta e cinco anos. Após o visionamento da curta-metragem O Segredo de homenagem a António Dias Lourenço e à sua audaciosa fuga da Prisão Política de Peniche em 17 de Dezembro de 1954, os jovens presentes concluíram que o combate pela liberdade e democracia, ideais que moveram os antifascistas ontem são os mesmos que os unirão no futuro na sua defesa.

  7. Também a 18 de Abril um grupo de 35 sócios e amigos do Núcleo do Porto da URAP deslocaram-se numa visita ao Forte de Peniche, acompanhados do grande resistente antifascista e comunista, Manuel Pedro, que ali esteve encarcerado vários anos.

  8. De novo fortemente envolvida nas comemorações que em todo o País as populações realizam celebrando a Revolução de Abril, a URAP levou concretizou visita guiada a Cabo Verde, entre os dias 30 de Abril e 6 de Maio. Coincidindo com as homenagens públicas por ocasião do 35.º aniversário do encerramento definitivo do Campo em 1 de Maio de 1974 e promovidas pela Fundação Amílcar Cabral e pelo Estado de Cabo Verde, 40 portugueses associaram-se à delegação da URAP e homenagearam no cemitério do Campo de Concentração do Tarrafal os 340 antifascistas, que entre 1936-1954 estiveram encarcerados, bem como os 236 africanos ali presos entre 1962-1974.

  9. Foi dirigida àquele Simpósio Internacional uma saudação que concluiu pelo comprometimento das autoridades de Cabo Verde em preservarem aquela infra-estrutura como Edifício testemunho da barbárie fascista e colonialista, mas igualmente da luta dos povos português, angolano, guineense e cabo-verdiano pela sua libertação.

  10. O Núcleo do Porto, participou na cerimónia de evocação e homenagem à Resistência Antifascista, junto do edifício da ex-PIDE, integrando-se na manifestação popular do 25 de Abril, que ali teve início.

  11. Este Núcleo, em 9 de Maio homenageou o resistente antifascista Arnaldo Mesquita na Cooperativa Árvore, divulgando uma brochura onde a URAP publica a entrevista que lhe foi feita em Novembro de 2007, possibilitando a quem não viveu o fascismo, conhecê-lo pelas práticas que exercia.

  12. Este núcleo do Porto, participou na elaboração de uma «Adenda ao Protocolo entre a Câmara Municipal de Matosinhos e a URAP/Porto, visando a sua integração na Casa da Liberdade»; como sede para as suas actividades conjuntamente com outras associações. Levou a cabo também acções e contactos com o Director da Torre do Tombo, com o arquitecto Mário Mesquita e com o Museu Militar do Porto; com o objectivo da concretização de um projecto global de recuperação da memória através de uma exposição permanente, intitulada: «Percurso da Memória da Casa da PIDE no Porto, entre 1934/1974». Para isso tem prosseguido o trabalho de investigação e registo na Torre do Tombo, através de um membro da URAP, dos nomes de todos os presos políticos que passaram pelas instalações da ex-PIDE no Porto, quer presos directamente ou transferidos de outras prisões para ali.

  13. A 27 de Maio teve lugar uma recepção a Fernando Macarro Castillo, mais conhecido como Marcos Ana, na sede da URAP, a propósito da sua estadia em Portugal para lançamento do livro Digam-me como é uma árvore. Dos cárceres franquistas à liberdade. Este antigo vice-presidente da FIR realçou os laços que unem os povos ibéricos na luta contra o fascismo nos dois países e a importância que a juventude tem na continuação desse caminho de paz, liberdade e justiça social.

  14. Em 30 de Maio a URAP inaugurou em Almada, em parceria com esta autarquia e uma comissão local promotora, o Monumento ao Marinheiro Insubmisso, evocando a revolta dos marinheiros de 8 de Setembro de 1936, data maior da luta contra a ditadura fascista portuguesa, aproveitando-se o momento para homenagear igualmente José Barata, o único sobrevivente vivo dessa corajosa revolta.

  15. Em 1 de Junho a Câmara Municipal de Palmela agraciou a URAP com a Medalha de Honra deste concelho pelos serviços relevantes prestados ao concelho de Palmela e ao País, na resistência ao regime autoritário e na construção do regime democrático aberto com a Revolução de Abril de 1974.

  16. Alguns dias depois, a convite do presidente da Regione Lazio, uma delegação da URAP participou no Convénio Internacional sobre a resistência e a comunidade europeia realizado em Roma. Era seu objectivo comemorar o 65.º aniversário da libertação da cidade do jugo fascista, procurando evocar igualmente os partigiani antifascistas italianos e na qual os comunistas integrados na Brigada Garibaldi tiveram papel relevante.

  17. Entretanto, a 31 de Julho, marcando infelizmente os frequentes atropelos aos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, vários activistas jovens do núcleo da Amadora da URAP foram identificados e ameaçados de detenção por forças policiais aquando da pintura de um mural naquela cidade. Este episódio foi vivamente denunciado como um atropelo à liberdade de afixação de propaganda e mensagens políticas, consagrado na Constituição da República Portuguesa e em legislação específica, e veio juntar-se a outros exemplos que nos últimos anos têm vindo a ocorrer em Portugal.

  18. De novo, a URAP marcou presença na Festa do Avante! e teve ocasião de concretizar outra das decisões relativamente à área da Juventude: o lançamento do jornal Juventude que saiu naquele evento. Abrindo com a evocação histórica das raízes da URAP, nomeadamente na Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos (CNSPP), criada em 31 de Dezembro de 1969, e com depoimentos de uma jovem dirigente associativa no presente e que prossegue a luta e de um jovem à época da Revolução de Abril. Este foi visto como mais um elemento de contacto com diferentes camadas juvenis que podem assim constatar as tradições democráticas e de luta do povo português, hoje como ontem.

  19. No dia 8 de Setembro, a sede da URAP recebeu a visita de Betina Palenzuela, representante da Associação dos Familiares das Vítimas do Terrorismo e do subdirector do jornal cubano Granma, Lázaro Mujica e por Ivette García, da Embaixada de Cuba em Portugal. Foi de novo sublinhada a actualidade da luta antifascista e da luta antiterrorista prosseguida como no caso dos cinco patriotas cubanos detidos ilegalmente pelos Estados Unidos da América quando procuravam nesse território lutar contra as tentativas de atentar contra o Estado cubano e os seus cidadãos.

  20. Nestes últimos meses do ano, a URAP intensificou a intenção, em conjunto com outras personalidades e entidades, uma homenagem à CNSPP, na passagem dos seus quarenta anos de criação e outras iniciativas de valorização do património antifascista.

  21. Promovida pela Delegação da URAP em Setúbal e pela Câmara Municipal daquele distrito, com o apoio da Junta de Freguesia de Stª Maria da Graça, realizou-se no dia 19/09/2009, mais uma visita guiada ao Forte de Peniche. O interesse pela história do que se passou naquele estabelecimento prisional fascista, com o encarceramento de destacados resistentes antifascistas que ali passaram muitos anos com maus tratos, castigos, torturas e privação do direito mais precioso que é a Liberdade, levou a que neste dia, pessoas de vários pontos do país, populares e estudantes, ali se encontrassem para tomar conhecimento, tanto quanto possível directo, do que foi a clausura de antifascistas, a sua luta de resistência, a organização ao interior da prisão em ligação com o exterior e as fugas libertadoras conseguidas. Na visita ao "parlatório", "segredo" e às celas individuais, foi focada a célebre fuga dos dez companheiros que envolveu o Dr. Álvaro Cunhal e o guarda de serviço no Forte aliciado pelos próprios presos.


  1. O Núcleo da URAP do concelho de Almada, e a Associação Amigos da Cidade de Almada, com a colaboração de Colectividades e outras entidades do concelho, com o apoio das Juntas de Freguesia e da Câmara Municipal, comemoraram no dia 04 de Outubro, o 99º aniversário da Implantação da República. Assim como Loures e outras localidades, também Almada, antecipou o dia da sua proclamação. No dia 4 foram simbolicamente homenageados todos os resistentes antifascistas portugueses.


  1. A URAP, esteve representada pelo seu dirigente Mário Araújo, no dia 07 de Novembro/09 na cerimónia de Abertura das comemorações pelos 120 anos de existência da «Sociedade Filarmónica União Artística Piedense», cerca das 15H00, na Piscina 25 de Abril na Cova da Piedade. Esteve a URAP também presente no dia 21 de Novembro, pelas 16H00, no Ginásio-Cine, na sessão comemorativa da efeméride, onde estiveram presentes representantes de Organismos de Estado, Governo Civil de Setúbal, entidades oficiais da Cultura e do Desporto Nacional, Confederação das Colectividades, autarcas, colectividades e outras instituições congéneres do concelho de Almada.

  2. A Delegação da URAP em Setúbal, organizou a 28 de Novembro, um almoço sob o lema "HOJE COMO SEMPRE, NA ACÇÃO PELA DEMOCRACIA, A LIBERDADE E A PAZ", que contou com a presença de 85 pessoas, estando representada a Câmara Municipal pelo Adjunto da Presidência e pelos Presidentes das Juntas de Freguesia da Gambia, Pontes e Alto da Guerra, S. Sebastião, S. Julião e S. Simão. Conforme estipulava o convite e após a saudação a todos os democratas presentes, usou da palavra a Dr.ª Odete Santos, também sócia da URAP, que lembrou o esforço e a coragem dos combatentes antifascistas contra o regime ditatorial que oprimiu os portugueses não só nas suas liberdades mais elementares como nas dificuldades de vivência económica, exaltando o seu contributo para o 25 de Abril. Lembrou os benefícios que se alcançaram com a Revolução dos Cravos, as liberdades alcançadas e a intervenção dos cidadãos na vida colectiva, na política de saúde, do ensino e do trabalho, criticando em seguida os retrocessos ocorridos nos últimos 30 anos e os atropelos feitos à Constituição. Falou ainda na corrupção que mina os princípios do Portugal Democrático: nas atitudes fascizantes de proibição e intimidação que em algumas terras do país se têm feito sentir contra manifestações de jovens que exprimem a sua indignação pela insegurança das suas vidas quanto ao presente e ao futuro; de trabalhadores sujeitos a penalizações por apresentarem uma carta de protesto na residência do 1º Ministro e dos condicionalismos impostos à Comunicação Social. Com o seu espírito optimista de mulher a Dr.ª Odete Santos terminou a sua intervenção com as palavras de um poeta" È em frente que vamos, amigos e companheiros"


  1. A Comissão Promotora da Homenagem ao Dr. Alberto Emílio Araújo, constituída pela Associação Amigos da Cidade de Almada, em parceria com outras colectividades e instituições, pelo Partido Comunista Português e pela URAP - União de Resistentes Antifascistas Portugueses, promoveram no dia 14 de Dezembro/09, uma homenagem póstuma ao insigne almadense pelo 100º aniversário do seu nascimento. Esta figura destacada do concelho foi um prestigiado professor, cuja actividade cívica marcou indelevelmente a Juventude do seu tempo. Perseguido pela PIDE, foi preso em 1937 e desterrado para o Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, onde esteve sob trabalhos forçados durante 93 meses, não obstante ter sido condenado a 24 meses de prisão correccional. Neste campo perdeu 7 anos da sua vida, onde várias doenças, devido às torturas e aos maus tratos, várias doenças que o vitimaram mortalmente, já em sua casa, com apenas 46 anos de idade Intelectualmente foi prelector e tradutor para várias revistas literárias como a "Vértice" e a "Seara Nova" entre outras. Proferiu palestras e Conferências onde a clareza e profundidade dos seus conceitos eram avidamente apreciadas. Membro do Partido Comunista Português, exerceu na clandestinidade, funções relevantes na sua Direcção, cumprindo internacionalmente diversas funções de representação e responsabilidade. A URAP, fez-se representar pelo seu dirigente Mário Araújo, que usou da palavra no dia 9 de Dezembro pelas 21H00 na Academia Almadense com sessão pública/cultural e no dia 13 do mesmo mês pelas 11H00, no Jardim Público da cidade, com a participação da banda da Incrível Almadense.


Lisboa, 27 Fevereiro/2010

Encarnação Raminho

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Os membros da URAP reunidos em Assembleia Geral congratulam-se com a participação da URAP no Simpósio organizado pela Fundação Amílcar Cabral no Tarrafal e a iniciativa de promover a participação de 40 portugueses na comemoração dos 35 anos do encerramento definitivo do Campo de Concentração fascista.

A Assembleia manifesta o seu apoio ao apelo lançado pelo Simpósio para o reconhecimento do Tarrafal como Memorial Internacional de Luta pela Liberdade dos Povos e atribui ao Conselho Directivo da URAP o encargo de promover as acções que considerar conveniente para a participação do povo português e do Estado português as iniciativas para concretização desse objectivo.

Moção aprovada por unanimidade na Assembleia Geral de 27 de Fevereiro de 2010, Lisboa

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