Foi com profundo pesar que a URAP soube do falecimento, ontem, de Sofia Ferreira, destacada resistente antifascista que, ao longo de toda a sua vida, enfrentando as mais duras violências e privações, sempre lutou pelos ideais da liberdade e da democracia.
Oriunda de famílias humildes de Vila Franca de Xira, Sofia Ferreira nasceu em 1922, tendo aderido ao Partido Comunista Português em 1945. No ano seguinte passaria à clandestinidade .
Durante a sua longa actividade clandestina, destacam-se as tarefas que assumiu no aparelho de imprensa do PCP e nas organizações do Porto, Setúbal e Lisboa. No V Congresso do seu partido, realizado e 1957, foi eleita para o Comité Central, órgão a que pertenceu até 1988.
A prisão (na qual passou mais de 13 anos) conheceu-a Sofia Ferreira pela primeira vez em 1949, quando foi capturada no Luso juntamente com Álvaro Cunhal e Militão Ribeiro (que acabaria por morrer na prisão no ano seguinte). Dez anos depois, seria novamente presa, tendo uma vez mais resistido às mais violentas torturas.
Em 1969, depois de uma estadia na União Soviética, regressa ao país e à luta clandestina, que não mais abandona até ao 25 de Abril. Nos dias seguintes a essa madrugada libertadora, esteve particularmente activa na luta pela libertação dos presos políticos, pela extinção da PIDE, da censura e pela implementação das liberdades democráticas - para que Abril se cumprisse!
Nestas
últimas décadas e até aos últimos dias da sua vida, manteve uma
inquebrantável confiança no futuro e uma dedicação sem limites às
causas que a iluminaram ao longo de décadas de dedicada actividade
revolucionária.