A 13 de Novembro assinala-se os 85 anos da Revolta Popular de Peniche, também conhecida por “Motim de Peniche” ou “Guerra das Espoletas”, uma das grandes lutas da resistência ao fascismo contra a repressão, a miséria e a fome.
O povo de Peniche, com destaque para os pescadores e suas famílias, revoltou-se em 13 de Novembro de 1935 contra a proibição da pesca durante um ano, dos barcos condenados, e a prisão de 62 mestres, tendo ocupado a vila, cortado as comunicações telefónicas e telegráficas e levantado uma barricada à saída de Peniche. Foi gritada pela população a palavra de ordem: “Sem pesca não há pão”.
Quando as camionetas se encontravam na Praça Jacob Rodrigues Pereira prontas para transportar os mestres para a cadeia das Caldas da Rainha, os sinos começaram a tocar a rebate, chamando a população à rua. O comércio e as escolas fecharam, as conserveiras aderiram à luta.
A população invadiu os carros destinados ao transporte dos mestres na tentativa de impedir a sua transferência. A massa humana segue para o Portão de Peniche de Cima, barra a estrada, cortando o trânsito, para impedir a saída das camionetas.
Na zona da Prageira (antigo Juncal) foram derrubados postes telefónicos e de telecomunicações, e cortados os fios. A GNR, reforçada com mais forças, vindas de outras localidades, reprime ferozmente estas acções, começando a disparar, matando a tiro o pescador Francisco Sousa e ferindo outros.