O perigo do recrudescimento das políticas de direita na Europa de hoje, que defendem o racismo e a xenofobia, os discursos de ódio, as propensões antidemocráticas e de segregação social, é o tema principal do comunicado final da conferência da Federação Internacional de Resistentes (FIR), realizada dias 24 e 25 de Outubro em Belgrado, dedicada ao tema: “Antifascismo hoje e o perigo das politicas de direita na Europa”.
A conferência internacional da FIR decorreu com o apoio da organização de veteranos sérvios SUBNOR, e contou com delegados de veteranos e organizações antifascistas de mais de 20 países, entre os quais uma delegação da URAP constituída por Teresa Lopes, do Conselho Nacional, Helena Barbosa, e José Pedro Soares, coordenador da URAP, que usou da palavra.
O comunicado final apela para que “levantemos a nossa voz para protestar contra tal evolução e empenhemo-nos no fortalecimento do antifascismo na sociedade civil para preservar o legado dos combatentes da resistência, dos sobreviventes e libertadores”, considerando ainda que “esta deve ser uma tarefa na educação das jovens gerações”.
“O crescimento das políticas de direita também está relacionado com a guerra na Ucrânia. A FIR reclama um cessar-fogo imediato e o início de negociações internacionais”, lê-se no documento, que acrescenta que “as armas nunca trarão a paz, a diplomacia e as negociações são o único caminho. É necessário especialmente para salvar a vida das populações civis”.
Em conclusão, a FIR chama a atenção para o perigo “das políticas populistas de direita, das ´promessas´ da extrema-direita, que ameaçam verdadeiramente as nossas vidas”, convidando “a sociedade civil, as organizações de veteranos, os antifascistas de hoje, os sindicatos, as organizações de direitos humanos, os movimentos e iniciativas juvenis, e também os conservadores a unirem-se”.
No segundo dia de trabalhos, dia 25 de Outubro, realizou-se uma cerimónia comemorativa do aniversário da libertação da cidade de Belgrado, no Cemitério dos Libertadores de Belgrado 1944, que terminou com a deposição de flores no monumento designado “Chama Eterna”, no interior do cemitério, que representa o desejo e o compromisso dos povos em continuar a luta antifascista.
A delegação portuguesa endereçou um convite à FIR para estar presente nas comemorações do 50º aniversário da Revolução dos Cravos.