Integrado nas comemorações do Dia Internacional da Mulher levadas a cabo pela Biblioteca Municipal José Saramago, em Beja, Marília Villaverde Cabral e José Baguinho conversaram sobre o livro editado pela URAP “Elas Estiveram nas Prisões do Fascismo”.
A sessão, organizada dia 8 de Março pela Câmara Municipal de Beja e pela URAP, foi aberta pela bibliotecária Paula Santos que elogiou o trabalho da URAP para a preservação da memória e mostrou a disponibilidade da biblioteca para continuar a divulgar futuras obras editoriais da organização.
Marília Villaverde Cabral, vice-presidente da Assembleia Geral, apresentou o livro que é um estudo sobre a mulher sob o fascismo, nas cadeias e na participação em três fugas, nas lutas sociais e nos combates pela democracia.
A obra, que inclui ainda dois anexos com os nomes de mulheres presas, divulga ainda as organizações femininas existentes à época, cartas às organizações femininas e democráticas do mundo inteiro; fala das mães que caminharam para as prisões e publica uma crónica de um tempo sombrio.
Termina com a chegada de Abril, da liberdade, da democracia, do reconhecimento legislativo da igualdade – na prática ainda não totalmente conquistada.
Numa conversa com os presentes, Marília Villaverde Cabral fez uma breve resenha da criação da URAP, herdeira da Comissão de Socorro aos Presos Políticos, e intercalou a sua intervenção contando episódios da luta estudantil e das perseguições da PIDE aos jovens universitários.
No final, José Baguinho, do Conselho Nacional, ofereceu à Biblioteca Municipal José Saramago dois exemplares da obra “Elas Estiveram nas Prisões do Fascismo”.