A URAP participou numa sessão, dia 25 de Janeiro, com alunos da Escola Secundária de Vila Nova de Foz Côa, que havia sido proposta e organizada pela Associação de Estudantes, que contou com a presença de cerca de 220 alunos e professores do 9º ao 12º ano.
Clemente Alves, do Conselho Nacional da URAP, respondeu às perguntas dos estudantes que procuraram saber "como era viver no antigamente", "como era lutar contra a ditadura" e "porque é que os que não gostavam do regime eram presos".
"Porque é que se fez o 25 de Abril, e como é que foi" e "que direitos é que passámos a ter que não tínhamos antes", foram também questões levantadas pelos jovens.
Entre os exemplos dos direitos conquistados com a revolução de Abril, o orador da URAP referiu a preservação das gravuras rupestres, que só foi possível porque os jovens das escolas e os adultos mais conscientes se mobilizaram, depois de se informarem sobre a importância do património descoberto, e vieram para a rua manifestar-se contra a construção de uma barragem prevista para o local.
O slogan “As gravuras não sabem nadar” teve tal força que permitiu salvar aquele património único a nível mundial, o qual, além de ter colocado o nome de Foz Côa no mapa do mundo da cultura, é hoje responsável pela visita de muitos milhares de pessoas anualmente e que deixam recursos económicos que sustentam centenas de empregos.
No final da sessão, Clemente Alves contou que durante os anos do fascismo cerca de 80 homens e mulheres naturais de Foz Côa foram presos e perseguidos pela PIDE, um dos quais acabou por morrer no campo de concentração do Tarrafal. Apelou aos professores para que identifiquem estes antifascistas e divulguem os seus nomes nas aulas. Ao mesmo tempo, no ano em que se celebram os 50 anos da Revolução de Abril, ver, junto da Câmara Municipal, formas de honrar a sua memória.
A Direcção do Agrupamento ofereceu à delegação da URAP um almoço no refeitório, tendo os alunos manifestado muito agrado com a sessão, considerando-a “muito fixe”.