Os governos de Portugal e Cabo Verde assinam no próximo dia 5 de Julho, no ex-Campo de Concentração do Tarrafal, um memorando de entendimento para a candidatura daquele local por onde passaram presos políticos portugueses e das colónias a Património da Humanidade da UNESCO.
A ministra da Cultura de Portugal, Graça Fonseca, e o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, Abraão Vicente, decidiram a data da assinatura do memorando durante a visita oficial de este último a Portugal no início do mês.
Em Fevereiro de 2020, os governos de Portugal e de Cabo Verde já tinham marcado, em Lisboa, a assinatura do memorando da candidatura do ex-Campo de Concentração do Tarrafal a Património da Humanidade, a 1 de maio de 2020, no mesmo local, o que foi adiado devido à pandemia.
Situado na localidade de Chão Bom, o antigo Campo de Concentração do Tarrafal foi construído no ano de 1936 e recebeu os primeiros 152 presos políticos em 29 de Outubro do mesmo ano, tendo funcionado até 1956.
Reabriu em 1962, com o nome de "Campo de Trabalho de Chão Bom", destinado a encarcerar os resistentes nacionalistas de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde.
Ao todo, foram presas neste "campo da morte lenta" mais de 500 pessoas: 340 resistentes antifascistas portugueses e 230 nacionalistas das ex-colónias portuguesas.