artigo da responsabilidade da FIR - Fédération Internationale des Résistants - Newsletter 2019-44
A FIR saúda expressamente que, no final de Outubro de 2019, em Espanha, o cadáver do ditador fascista Franco tenha sido exumado do mausoléu no chamado "Vale dos Caídos". 44 anos depois da morte do ditador, o seu corpo foi agora levado para a capela da família no cemitério El Pardo-Mingorrubio, na periferia da capital Madrid. Há mais de um ano atrás que o governo do PSOE havia anunciado este passo.
Durante a vida de Franco, o "Vale dos Caídos" já tinha sido transformado num lugar de peregrinação para os Franquistas. Pelo menos 20 mil trabalhadores forçados estiveram aqui destacados. Muitos deles foram prisioneiros do regime de Franco. Além disso, numerosas pessoas assassinadas durante a era de Franco estão aqui em valas comuns. Das quase 34 mil vítimas aqui enterradas, mais de 10 mil ainda não foram identificadas.
Antigos Franquistas e a família tentaram impedir a exumação com a ajuda dos tribunais. Quando falharam, acompanharam o reenterro com demonstrações de simpatia por Franco. Nas reportagens televisivas, gritos de "Viva Franco" e cânticos fascistas foram ouvidos, e os franquistas exibiram a saudação hitleriana.
Apesar de com este reenterro ter sido finalmente realizada uma exigência de muitos anos dos anti-fascistas espanhóis, mesmo assim muitos críticos falaram. "O que devia ter sido um acto de reparação para com as vítimas tornou-se um acto de glorificação do Franquismo", explicou o porta-voz do Partido Nacionalista Basco, Aitor Esteban. O partido Podemos criticou o facto de que a exumação vem demasiado tarde e vê nela uma contribuição do governo do PSOE, sob Pedro Sánchez, para as novas eleições a 10 de Novembro.
A FIR saúda o reenterro, mas vê em conjunto com os anti-fascistas espanhóis uma ainda considerável necessidade por acção. Porque até agora os assassinos e torturadores franquistas foram distinguidos com ordens e não foram castigados. Da prometida transformação do vale num memorial para os crimes do Franquismo, os sociais democratas não falam mais. No mausoléu, o precedente do ditador, Primo de Rivera, está enterrado, que também é venerado pelos franquistas. Em Espanha, a proibição da Fundação Franco, exigida pelo Parlamento Europeu, e as sanções sobre a glorificação da ditadura têm de ser finalmente implementadas.