O mundo atravessa actualmente um dos períodos mais perigosos desde o período final da Segunda Guerra Mundial quando, num acto desnecessário, os Estados Unidos da América (EUA) bombardearam, com armas nucleares, as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, a 6 e 9 de Setembro de 1945.
Evocar, neste momento, este horror que fez cerca de 200 mil mortos, é, não só, uma homenagem às vítimas de um dos maiores crimes contra a humanidade, como fazer um alerta sobre a grave situação que o mundo atravessa hoje.
Pouco ou nada se aprendeu desde então. As grandes potências que têm armas nucleares, continuam, 77 anos depois, a recorrer à guerra para impor aos povos a sua vontade, e a maior potência militar, os EUA, não poupa esforços para manter a sua hegemonia, mesmo se isso possa levar a uma Terceira Guerra Mundial.
Em Maio de 1945, apesar da vitória dos Aliados, a guerra no Pacífico ainda continuou por dois meses e a explosão em Hiroshima da bomba de plutónio, a 6 de Agosto desse ano, ironicamente chamada de "Little Boy", serviu de teste para cientistas norte-americanos e de sinal para a Guerra Fria com a União Soviética.
Três dias depois, em Nagasaki, explodia uma segunda bomba, “Fat Man”. Além das baixas directas, dezenas de milhares de pessoas morreram posteriormente devido à radiação, e as sequelas estenderam-se a várias gerações.
As guerras no Médio Oriente, e em muitos locais do planeta, têm sido uma constante no século XXI, sem que as forças progressista do mundo e defensoras da paz tenham “armas” para lhes pôr fim. Desde o início de 2022 assistimos ao recrudescer de uma guerra na Europa, que traz consigo mortes, deslocados, refugiados, cidades destruídas.
Para piorar, como se esta guerra na Europa, agudizada pela intervenção de tropas russas, não fosse uma suficiente ameaça contra a humanidade, os EUA – país que até agora reconhecia o princípio que só existe uma China e não reconhecia a independência de Taiwan - fazem uma visita a Taipé de apoio a pretensões independentistas locais, liderada pela presidente do Câmara de Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, provocando a República Popular da China e incendiando as tensões políticas e militares na região.
Ao assinalar mais uma vez estas datas negras da História, a URAP presta homenagem às vítimas e defende a existência de um mundo de paz e amizade entre os povos, liberto da ameaça das armas nucleares. Não é possível esquecer e é nossa obrigação transmitir aos jovens o que foi Hiroxima e Nagasáqui para que não se repita.