Moção aprovada na Assembleia-geral da URAP
22, de Março de 2025, Lisboa

Vivemos num mundo marcado por violentos conflitos, por uma crescente militarização, pela violação dos direitos dos povos, fruto da ação agressiva do imperialismo.
Na Europa, a guerra na Ucrânia dura há mais de dez anos, desde o golpe de Estado de 2014, de inspiração neonazi, apoiado pelos EUA, com muita violência contra as populações russófonas do Donbass, e continua a causar grandes destruições e sofrimentos. A contínua expansão da NATO para o Leste da Europa, numa estratégia de confrontação com a Rússia, está na origem deste grave foco de tensão na Europa, com perigosas repercussões ao nível mundial. O fim do conflito não passa pelo agravamento da retórica belicista e da escalada armamentista a que temos vindo a assistir; pelo contrário, exige uma solução política, reclama um compromisso sério e duradouro com um sistema de segurança coletiva na Europa.

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Caros Associados

O contexto político, social, económico e cultural (e na sequência das grandiosas Comemorações Populares dos 50 anos do 25 de Abril) embora complexo e difícil, tem reais possibilidades para organizados e unidos lutarmos pela inversão das desastrosas políticas de direita para os trabalhadores, os jovens, os reformados, em última análise para o Povo Português.
De facto, continuam a subsistir e a agravar-se os reais problemas do nosso povo, com baixos salários e pensões, precariedade laboral, degradação da saúde, habitação, educação e transportes públicos. Pelo contrário e de uma forma escandalosa os grupos económicos e os bancos arrecadam lucros de muitos milhares de milhões de euros.
Enorme e profunda contradição, passível de ser ultrapassada com a luta permanente e constante de todos nós, que conduza a uma política alternativa. Com os que nos governaram nas últimas décadas, PSD, CDS, PS, apoiados por outras forças políticas, os problemas não só não são resolvidos, como foram agravados.
O ano de 2025, no plano político vai ser muito exigente para as forças democráticas e antifascistas.: Eleições Antecipadas para a Assembleia da República em 18 de Maio; Eleições Autárquicas em Outubro e no início do ano de 2026 as Eleições Presidenciais.
A URAP, no âmbito da sua atividade dará o seu contributo na luta democrática e antifascista, no combate às ideias e práticas fascistas e fascizantes agrupadas em torno do Chega e outros arautos saudosistas do passado fascista.
A URAP dará o seu contributo à luta dos trabalhadores, dos reformados, jovens e populações, exigindo melhores condições de vida e de trabalho. Lutaremos por melhores salários e pensões, emprego para os jovens, contra a precariedade, pela defesa do Serviço Nacional de Saúde, luta por melhor e mais habitação, melhor escola e melhor ensino, mais e melhores transportes públicos, defesa e cumprimento da Constituição da República Portuguesa.
No plano político a exigência de mudança da atual política de direita, a qual consubstancie os interesses e as aspirações do Povo Português.
A nível internacional, sobretudo na Europa, agudizam-se as contradições entre os povos e os respetivos governos que promovem a corrida aos armamentos e ao militarismo e tudo fazem para continuar as guerras, seja na Ucrânia, na Palestina e noutros pontos do Mundo.
Há que pôr fim às Guerras através de negociações para acabar com os conflitos.
A Paz é um imperativo de todos os Povos do Mundo. Sem ela os Países e os Povos regridem nos seus avanços civilizacionais.
As Comemorações Populares sobre do 80º Aniversário da Derrota do Nazi-Fascismo na Europa e no Mundo demonstram que as forças progressistas, democráticas e antifascistas e amantes da Paz têm força, confiança e determinação para combater e suster esta deriva capitalista e imperialista nas primeiras décadas do Século XXI

 

Plano de Atividades para 2025
• 18 Janeiro de 2025 – Participação na homenagem aos operários vidreiros e população da Marinha Grande na revolta popular de 1934 contra a fascização dos sindicatos.
• 18 Janeiro de 2025 – Participação na maior Manifestação Nacional em Lisboa ”Todos Juntos pela Paz, pôr fim à Guerra”.
• 17 Fevereiro de 2025 – Homenagem aos Tarrafalistas no Mausoléu no Cemitério do Alto de S. João.
• 8 de Março – Participação nas várias cidades, designadamente Lisboa e Porto, nas Manifestações do Dia Internacional da Mulher promovida pelo Movimento Democrático de Mulheres (MDM).
• 24 de Março – Dia Internacional dos Estudantes
• 22 de Março – Assembleia Geral da URAP na Casa do Alentejo
• 28 de Março – Dia Nacional da Juventude
• 2 de Abril – Participação na Sessão Comemorativa do 49º. Aniversário da Constituição da República Portuguesa, na Casa do Alentejo, promovida pelo Manifesto Cumprir a CPR e Associação Conquistas da Revolução, com o apoio de outras associações ente as quais a URAP. Participar noutras cidades em iniciativas em torno do 49º Aniversário da CPR.
• 3 a 7 de Abril – Participação no Encontro Internacional de Juventude, promovido pela Federação Internacional de Resistentes (FIR), homenageando os 80 anos da derrota do Nazifascismo na Alemanha, visitando o campo de concentração de Buchenwald na Alemanha.
• 25 de Abril – Participação nas Comemorações Populares do 25 de Abril (51º Aniversário) um pouco por todo o país em várias cidades, com destaque para Lisboa e Porto.
• 27 de Abril – Jornada de luta no dia da Libertação dos Ex-presos políticos em Caxias (manhã) e no Museu Nacional da Resistência e Liberdade em Peniche.
• 1º. Maio – Participação nas manifestações do Dia Internacional dos Trabalhadores, em Lisboa, Porto e outras cidades.
• Nos 80 anos da Derrota do Nazi-Fascismo realizar Conferências, Sessões e Debates no Porto, Lisboa, Setúbal, Aveiro, Coimbra, Santarém, Leiria, Viseu, Évora, Beja, Faro, Grândola e outras localidades.
• 11 de Maio – Manifestação Nacional no Porto, pela criação do Museu Antifascista do Porto e continuar a recolha de assinaturas da Petição.
• 18 de Maio – Eleições Legislativas (antecipadas).
• Fevereiro a Maio – Escola e o 25 de Abril: sessões e debates nas escolas, universidades, escola profissionais e universidades sénior no Continente e Ilhas.
• 31 Maio – IV Encontro Pela Paz, no Seixal.
• Roteiro Nacional “Cultura e Resistência”, homenageando grandes figuras no plano cultural e cívico, democratas e antifascistas.
Em 2025 – Soeiro Pereira Gomes, Aquilino Ribeiro e Manuel da Fonseca
• Prosseguir o trabalho de recolha, investigação e classificação na Torre do Tombo e outras instituições.
• Continuar a editar novos livros da Coleção “Páginas de Memória” de Resistência Antifascista, nomeadamente: “Conferência Internacional – Democracia, Paz e Liberdade – Fascismo Nunca Mais” e a 6ª edição do “Forte de Peniche”. Outros livros estão em desenvolvimento – Setúbal, Peniche, Santarém, Médicos e Enfermeiros.
• Incentivar a mobilização das Escolas, Autarquias, Coletividades, Associações de Reformados, Associações de Jovens e outras instituições a visitarem o Museu do Aljube e o Museu Nacional de Resistência e Liberdade em Peniche e o Museu do Neo Realismo.
• Acompanhar os processos, embora diversificados, de Memória e Resistência em Caxias, Tarrafal, Fortaleza de S. João Baptista em Angra do Heroísmo nos Açores, Porto e Peniche.
• Continuar as reuniões da URAP com Instituições, Câmaras Municipais, Escolas e Universidades, em parcerias e protocolos de colaboração na preservação da memória nos respetivos municípios e nos seus locais de intervenção.
• Durante todo o ano de 2025 continuar a promover sessões de apresentação dos livros da URAP, de norte a Sul do País. Cada núcleo da URAP fazer apresentações descentralizadas em várias freguesias e outros locais, em cooperação com várias estruturas unitárias e instituições do Poder Local Democrático.

No plano de ações de rua e de contacto com as populações, jovens, mulheres, trabalhadores, reformados, etc.
• Denúncia e combate à nova armadilha do chamado Centro Interpretativo de Santa Comba Dão, que julgávamos definitivamente enterrada.
• Continuar as relações e atividades na Resistência Antifascista no plano das questões internacionais, designadamente com a Federação Internacional de Resistentes (FIR) e outras associações – Estremadura Espanhola e Cabo Verde.
• Apoiar o fortalecimento da recente Associação Amigos do Museu Nacional da Resistência e Liberdade (MNRL) constituída em 10 de Fevereiro de 2025.
• Continuar a participar e mobilizar nas lutas de massas no plano da defesa do SNS, melhor e mais habitação, educação e ensino, transportes públicos.
• Estimular os núcleos para que façam iniciativas de rua, com bancas divulgando o Boletim da URAP e os nossos livros.
• Empenhamento nas ações e iniciativas “Todos Juntos pela Paz – É preciso parar a Guerra” promovidas pelo CPPC e outras organizações.
• Empenhamento na Campanha de Solidariedade por Cuba.
• No período do Verão, promover Convívios de Confraternização com os sócios e amigos da URAP e a população em geral.

 

Questões de Direção, Organização e Informação
Propostas:
• Reunião mensal do Conselho Diretivo.
• Reunião semanal da Comissão Executiva e quando for necessário.
• Quando for necessário e por proposta do Conselho Diretivo, reunião conjunta com a Mesa da Assembleia Geral e Conselho Fiscal.
• Reunião do Conselho Nacional da URAP, pelo menos uma reunião anual.
• Constituir Comissões Coordenadoras Regionais e Distritais com os responsáveis de núcleos.
• Para além dos núcleos existentes, constituir novos núcleos concelhios e distritais.
• Os responsáveis de cada núcleo e o seu secretariado devem conhecer todos os seus associados por forma a que cada um, dentro das suas possibilidades, possa contribuir para o fortalecimento da URAP.
• A recente informatização do ficheiro na base de dados é um instrumento essencial à disposição dos núcleos para que sejam atualizadas todas as fichas, seja através do grupo de trabalho da organização, seja pelo próprio núcleo o que é fundamental.
• As fichas dos novos inscritos devem ser preenchidas em todos os campos com rigor e letra legível. Deve ser assinada pelo proponente, com o respetivo número de sócio, e pelo proposto e ser aprovada pelo Conselho Diretivo.
• Os cartões de sócios são produzidos na Sede da URAP, de imediato e comunicado ao responsável do núcleo e ao próprio.
• Os falecimentos, desistências, mudança de morada e outros dados, têm de ser informados ao grupo de trabalho de organização.

Principais objetivos para 2025
• Constituir núcleos distritais na Guarda, Viana do Castelo, Vila Real, Bragança e Madeira.
• Constituir núcleos - Vila Real de Stº António, Faro, Estremoz, Alpiarça, Aveiro Sul e Aveiro Norte, Guimarães.
• Inscrever 250 novos sócios durante o ano de 2025, até à Assembleia Geral de 2026, segundo proposta do Conselho Diretivo a debater com os núcleos.
• Reforçar as Comissões e Grupos de Trabalho:
• Comissão Recolha e Investigação
• Comissão das Escolas e o 25 de Abril
• Comissão de Relações Institucionais
• Comissão dos livros “Páginas de Memória”
• Comissão das Questões Internacionais
• Comissão Informação e Comunicação Social
• Grupo de Trabalho das Questões da Organização
• Grupo de Trabalho das Questões Financeiras
• Grupo de Trabalho dos Livros
• Grupo das Universidades Sénior
• Grupo de Atividade de Divulgação dos filmes da Resistência antifascista.

Boletim da URAP
• Estudar a possibilidade de melhorar o grafismo de Boletim;
• Programar no Essencial os Boletins anualmente
• Procurar encontrar estruturas e organizações que apoiem a Edição de cada Boletim,

Redes Sociais
• Continuar a divulgar as iniciativas e tomadas de posição no Facebook
• Avançar para outras redes sociais

Questões Financeiras
• Elaborar orçamento rigoroso (Receitas e Despesas)
• Reunião mensal do grupo de trabalho para as questões financeiras
• Implementar os procedimentos a todos os níveis da organização, núcleos e a nível central.
(procedimentos a serem aprovados na primeira reunião do Conselho Diretivo)
• Regularizar as quotas em atraso dos associados.
• Implementar na base de dados a situação das quotas de cada associado.
• Recomendar no essencial o pagamento das quotas por transferência bancária, utilizando o cartão MB, através do NIB da URAP (0007 0021 0014 3750 0065 3).
• Os núcleos, ao efetuarem depósitos e transferências bancárias, devem fazê-lo em separado (quotas; venda de livros; donativos).
• Recolha dos valores da venda dos livros.
• Propor à Assembleia Geral da URAP um Plano de Reativação da Campanha de Fundos para a Nova Sede.

Aprovado na Assembleia-geral da URAP em 22 de Março de 2025

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Caros Companheiros e Amigos,
Caros Associados,

O Conselho Diretivo da URAP apresenta aos associados da URAP o Balanço da sua atividade, no período que medeia entre a Assembleia Geral realizada em 23 de Março de 2024 e a que hoje realizamos, em 22 de Março de 2025, exatamente um ano depois.


Tal como há um ano, a nossa Assembleia realiza-se num contexto de complexa e muito perigosa evolução da situação política e económica a nível internacional, dominada pela guerra que persiste na Ucrânia, na Palestina com o progressivo extermínio do seu povo pelo governo racista, xenófobo e fascista de Israel, com o patrocínio dos EUA e da UE, com os criminosos bloqueios a Cuba e também à Venezuela, pela rápida ascensão de forças de extrema-direita ao poder, nomeadamente em países da UE, e ainda pela arrogante guerra comercial decretada pela administração Trump ao resto do mundo, quais “donos disto tudo”, que até faz tremer a submissa EU, perante a perspetiva de nova recessão económica, apesar dos seus apelos à escalada armamentista da UE. Entretanto, a concentração capitalista continua e os grandes grupos económicos continuam a enriquecer brutalmente.

É também num contexto nacional muito difícil, decorrente da governação PSD/CDS, agora demitido, que de norte a sul do país continuámos a resistir e a lutar, de forma firme e consequente na denúncia da política de direita e das forças de natureza fascista e fascizante que têm crescido na sociedade portuguesa, que pretendem reescrever a história, apagar a memória dos crimes da ditadura fascista de Salazar e de Caetano e que carregam consigo um projeto que representa um retrocesso civilizacional inaceitável, que urge travar, ao mesmo tempo que identificamos os problemas concretos do presente e nos colocamos do lado certo da História, pelos ideais de Abril, pela Paz e pelo bem estar do nosso povo.

Seguindo a estrutura do Plano de Atividades para 2024, aprovado em 23 de Março de 2024, fazemos agora o seguinte balanço:

1 – Atividade da Resistência Democrática e Antifascista da URAP

- Ao longo de todo o período a que corresponde este balanço, de norte a sul do país continuámos a apresentar os nossos livros publicados, em sessões públicas que envolveram muitas centenas de participantes, divulgando a história e as condições prisionais nas várias cadeias espalhadas pelo país e no campo de concentração do Tarrafal e, ao mesmo tempo, divulgando os nomes e homenageando todos quantos passaram pelas cadeias do fascismo.
Em Abril foi publicado o livro “Lutaram e Sofreram por Abril, A Resistência no Concelho da Covilhã”, que retrata as lutas dos operários da indústria têxtil e dos mineiros da Panasqueira.
Apresentámos na Festa do Avante o livro ”Cadeia de Caxias, a repressão fascista e a luta pela liberdade” e, por iniciativa de vários núcleos da URAP, realizaram-se sessões de apresentação deste livro, nomeadamente em Aveiro, Braga, Barreiro, Almada, Lisboa, Pinhal Novo, Oeiras, Setúbal, Alcochete, Sta. Iria de Azóia e Montijo, envolvendo no total várias centenas de participantes e tendo-se já esgotado a 1ª edição, com a 2ª edição a sair em breve. O mesmo sucedeu com o livro “Elas estiveram nas prisões do fascismo” cuja 5ª edição sairá em breve.
A 6ª edição do livro “Forte de Peniche, memória, resistência e luta” está já à venda nesta nossa Assembleia
Também com os nossos livros participámos em diversas feiras do livro, nomeadamente em Lisboa e Porto.
Em 4 de Dezembro, na ES José Saramago, em Mafra, em 14 de Janeiro no Museu do Aljube Resistência e Liberdade, e em 25 de Fevereiro na escola da Venda do Pinheiro, em Mafra, foi apresentado pelo historiador Luís Farinha o mais recente livro da URAP “Lutaram pela liberdade”, uma história da resistência à ditadura no concelho de Mafra.
- Potenciando uma das nossas mais importantes linhas de trabalho, continuámos em 2024 a promover a realização de sessões com alunos e professores em escolas, por todo o país. De Fevereiro a Maio de 2024, no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, realizámos 443 sessões em 303 escolas, envolvendo 32045 alunos e 1188 professores, em 17 distritos do continente (exceto Vila Real), na Ilha Terceira e em S. Miguel, Açores.
- O Núcleo de Peniche da URAP e a Câmara Municipal de Peniche realizaram em 16 de Novembro uma Conferência sobre “A Revolta das Espoletas: Um Movimento de Contestação em Peniche”.
- Tomámos posição e participámos nas numerosas ações e manifestações organizadas, nomeadamente em 14 de janeiro de 2024, pelo CPPC, MPPM e Projeto Ruído, pela “Paz no Médio Oriente, Palestina Independente”; em ações pelo fim da guerra na Ucrânia, pelo desarmamento e pela Paz em geral; na manifestação pelo direito à habitação, em 27 de janeiro; em 24 de fevereiro de 2024 contra o racismo e a xenofobia em Portugal; em ações por melhores condições de vida e de trabalho.
-Assinalámos nas redes sociais o 27 de Janeiro, Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polónia, pelo exército soviético. A URAP prestou homenagem às vítimas e apelou ao combate contra o racismo e todas as formas de discriminação.
- Prosseguimos com a Petição-Apelo, que se encontra a circular por todo o país, para recolha de assinaturas para que se torne realidade a criação do Museu da Resistência Antifascista no Porto, no edifício da antiga sede da PIDE no Porto, que já recolheu mais de 7500 assinaturas e que importa continuar a recolher muitas mais.
- No dia 2 de Abri, no Largo do Carmo, em Lisboa comemorámos o 48º aniversário da Constituição da República Portuguesa, onde interveio José Pedro Soares em nome das 30 organizações promotoras da iniciativa. No Porto, na Praça Carlos Alberto, interveio Ilda Figueiredo, Presidente do CPPC.
- O dia 25 de Abril, nos seus 50 Anos, foi efusivamente comemorado pelo povo em todo o país e em particular em Lisboa, com centenas de milhares de pessoas na Avenida da Liberdade, com uma grande participação de associados da URAP e com um carro alegórico. No desfile participaram antifascistas de várias nacionalidades, associados da FIR, Federação Internacional de Resistentes.
Em vários concelhos do país, durante os meses de Abril e Maio, realizaram-se debates, homenagens e exposições alusivas à Resistência e à Revolução de Abril.
Em Mafra foi inaugurado na noite de 24 de Abril um Memorial aos Presos e Perseguidos Políticos do Concelho. Em Tortosendo, no concelho da Covilhã, e em Silves, junto à ponte do rio Arade, foram igualmente inaugurados Memoriais aos Resistentes e Presos Políticos daquelas localidades. Em 24 de Junho a Assembleia Municipal de Lagos aprovou a proposta da CDU para a construção de um Memorial aos Presos e Perseguidos Políticos do Concelho de Lagos.
- Os 50 anos da Revolução foram também comemorados na Suíça, onde numa conferência realizada em 24 de Abril foi orador Joaquim Judas, do Conselho Nacional da URAP. Ainda na Suíça, em 14 de Junho, esteve José Viola, também do Conselho Nacional da URAP, que participou numa conferência sobre o 25 de Abril. Exposição dos desenhos de Álvaro Cunhal estiveram nas duas localidades.
- Realizámos em 26 de Abril a Conferência Internacional “Democracia, paz e liberdade. Fascismo nunca mais”, realizada na Escola Secundária de Camões, em Lisboa, que contou com a participação de Ulrich Schneider, Secretário-Geral da FIR e de outros membros da FIR, responsáveis por organizações de resistentes de várias nacionalidades. Contámos também com a participação e intervenções de grande qualidade de personalidades nacionais e estrangeiras convidadas, que transmitiram as suas experiências e debateram a atualidade política nos respetivos países, face aos atuais perigos para a liberdade e a democracia, e também para a paz, combatendo e fazendo frente às forças reacionárias e fascizantes.
- Em 27 de Abril, durante a manhã, deslocámo-nos a Caxias para uma cerimónia evocativa dos 50 anos da libertação dos presos políticos, junto ao Monumento aos Libertadores e Libertados. Intervieram Mário Araújo, ex-preso político, Comandante Caldeira Santos, da Associação 25 de Abril, Isaltino Morais, Presidente da C.M.Oeiras e Ulrich Schneider, Secretário-Geral da FIR.
Na tarde de 27 de Abril, com a participação de muitas centenas de democratas, ex-presos políticos, familiares e amigos, e após 8 anos de luta, participámos em Peniche no desfile popular da inauguração do Museu Nacional Resistência e Liberdade, na Fortaleza de Peniche, no qual intervieram José Pedro Soares, Coordenador Nacional da URAP, e Ulrich Schneider, Secretário-Geral da FIR. O Museu foi nessa manhã oficialmente inaugurado com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
- Em 19 de Julho foi inaugurado o Museu Aristides de Sousa Mendes, em Cabanas de Viriato, Viseu. António Vilarigues, do Conselho Diretivo, representou a URAP.
- A Câmara Municipal de Loures atribuiu, em 26 de Julho, Dia do Município, a Medalha de Mérito à URAP. No 188º aniversário do concelho, a Câmara Municipal do Seixal atribuiu à URAP a Medalha de Honra do Município. Em 24 de Junho, em sessão solene, a Câmara Municipal de Almada atribuiu 34 medalhas a resistentes antifascistas e ex-presos políticos, entre os quais a José Pedro Soares, coordenador da URAP, a Mário Araújo e a Joaquim Judas, ambos do Conselho Nacional da URAP. José Manuel Vargas, também do Conselho Nacional da URAP, em 1 de Julho, foi distinguido pelo Município de Palmela com a Medalha Municipal de Mérito Cultural.
- O filme “A Cor da Liberdade”, baseado na prisão de José Pedro Soares e de outros presos políticos, foi apresentado em Almada e na abertura do IV Ciclo de Cinema da Moita, ambos em Outubro, em 8 de Fevereiro em Coimbra e no passado 6 de Março na Amadora. Outros filmes sobre a Resistência têm sido apresentados em vários locais, nomeadamente o filme realizado por Marianela Valverde e Humberto Candeias “Aqueles que ficaram(em toda a parte todo o mundo tem)”, exibido em diferentes pontos do país, com a participação de vários associados da URAP, filhos de ex-presos políticos;
- No âmbito das comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril e do centenário do nascimento do líder do PAIGC Amílcar Cabral, a URAP realizou uma viagem de Resistência e Lazer a Cabo Verde, às ilhas de Santiago e do Fogo, entre 13 e 20 de Outubro, na qual participaram 36 associados e amigos da URAP.
Em Santiago, na Cidade da Praia, o grupo visitou a Fundação Amílcar Cabral e uma delegação de dirigentes da URAP realizou uma reunião com os dirigentes da Fundação, entre os quais o seu presidente, Pedro Pires, ex-combatente do PAIGC, ex-Presidente e ex-Primeiro Ministro de Cabo Verde. O grupo visitou também o memorial a Amílcar Cabral.
No dia 18 de Outubro o grupo visitou o Campo de Concentração do Tarrafal e o cemitério local, onde estiveram os corpos dos 32 portugueses falecidos no Campo, e realizou-se uma reunião com eleitos da Câmara Municipal do Tarrafal, tendo ficado abertos espaços de cooperação entre o município e a URAP.
- Em 27 de Outubro, com a presença de cerca de 450 participantes, realizámos no Espaço Cisterna do Museu Nacional Resistência e Liberdade, na Fortaleza de Peniche, o 8º Encontro-convívio de ex-presos políticos, familiares, amigos, democratas e antifascistas, cujo objetivo central foi a proposta, de iniciativa da URAP, de constituição da Associação Amigos do MNRL, unanimemente aprovada pelos presentes. O Encontro terminou com a magnífica atuação do Coro da Lourinhã.
No passado dia 1 de Fevereiro, no Edifício Cultural da C. M. Peniche, realizou-se a Assembleia Geral de Associados Fundadores da Associação Amigos do MNRL, que aprovou unanimemente os Estatutos e os órgãos sociais da Associação.
- Alguns núcleos promoveram almoços-convívio, como os realizados perto do final do ano na Moita, no Barreiro, em Almada e em Portalegre, que serviram para fazer balanços, divulgar o trabalho e os objetivos que norteiam a nossa ação.
- Participámos na Marinha Grande na evocação do 18 de Janeiro de 1934 e na homenagem aos vidreiros e população protagonistas da revolta contra a ditadura fascista, no âmbito da greve geral convocada para aquela data.
- A URAP participou no dia 13 de Fevereiro, na Fundação José Saramago, na apresentação pública da Campanha de Solidariedade “Por Cuba! Fim ao Bloqueio”, que decorrerá até ao início de 2026 e na qual a URAP, através dos seus núcleos, estará profundamente empenhada.
- Tal como nos anos anteriores, realizámos no passado dia 15 de Fevereiro a habitual romagem ao mausoléu dos Tarrafalistas, no cemitério do Alto de S. João, cerimónia apresentada por Ana Páscoa e na qual interveio Joaquim Judas, ex-preso político e membro do Conselho Nacional da URAP. A cerimónia terminou com um momento musical pelo Agrupamento Musical “Cancioneiro Clandestino”, de V. Franca de Xira.
- Noticiamos e prestamos homenagem no nosso Boletim aos democratas e antifascistas entretanto falecidos, Odete Santos, José Ribeiro Sineiro, Sérgio Ribeiro e Celeste Caeiro.
- O Boletim da URAP deu voz a figuras ímpares da nossa sociedade, tais como Jerónimo de Sousa, com o tema “A Revolução de Abril, um projeto para uma sociedade mais justa, um alvo da contra-revolução”; a António Avelãs Nunes com “A verdade e a mentira sobre o 25 de Novembro”; a Domingos Abrantes sobre o tema “O fascismo nunca chegou ao poder sozinho, existe alguém que lhe abre o caminho”.
- Foi criada no Boletim a rubrica “Falam os núcleos”, na qual deram já testemunhos da sua atividade os núcleos de Peniche, Aveiro, Porto e Almada.

2 – Questões de direção, organização e informação

- O Conselho Diretivo reuniu regularmente, uma vez por mês, algumas vezes de forma alargada, com a participação de responsáveis de núcleos de vários pontos do país, para melhor conhecimento do trabalho desenvolvido e para aprofundamento de análises e decisões sobre as principais linhas de trabalho e iniciativas centrais.
- A Comissão Executiva do Conselho Diretivo reuniu semanalmente, à segunda-feira de manhã na sede da URAP, para garantir todas as atividades correntes, dar apoio à atividade dos núcleos, e dar cumprimentos às decisões do Conselho Diretivo, nomeadamente na preparação e concretização das iniciativas centrais.
- De um modo geral, ainda que com dinâmicas diferentes e de forma insuficiente em alguns casos, uma parte importante dos núcleos reuniu com regularidade.
- Verificou-se uma importante evolução orgânica nos núcleos criados no último ano, com o consequente desenvolvimento da sua atividade e admissão de novos sócios.
- Realizaram-se novos protocolos, com a C. M. Alcácer do Sal e com a JF Laranjeiro e Feijó, de Almada, e renovaram-se outros 12, principalmente com autarquias locais, tendo em vista a colaboração institucional com a URAP na concretização de objetivos de interesse mútuo.
- No período que decorreu desde a anterior Assembleia Geral, em 23 de Março de 2024, inscreveram-se na URAP cerca de 150 novos sócios e foram criados os núcleos da Ilha Terceira, de S. Miguel, nos Açores, e do Alentejo Litoral.
- A idade avançada da maioria dos membros dos núcleos continua a ser uma caraterística dominante, apesar da entrada de alguns jovens, facto que justifica a necessidade de o principal foco da nossa atividade dever ser dirigido para os jovens.
- Com a introdução de novas ferramentas informáticas e do funcionamento diário da sede, continuámos a registar melhorias significativas na nossa gestão administrativa e de resposta às solicitações recebidas. Destacamos o facto de os cartões dos associados terem passado, recentemente, a ser emitidos na sede da URAP e de estar em franca evolução a atualização do ficheiro de associados.
- O Boletim da URAP foi trimestralmente publicado, dando a conhecer a atividade da Associação e as tomadas de posição sobre diversas matérias.
- A página da URAP no Facebook continuou a desempenhar um importante papel na divulgação da atividade da Associação.
- Em 18 de Setembro, na Sede da Confederação Portuguesa das Coletividades, em Lisboa, reuniu o Conselho Nacional da URAP, que avaliou o quadro político e social atual em que a organização intervém, e discutiu as atividades centrais e dos núcleos, realizadas e a realizar.

3 – Questões financeiras

- O orçamento tem vindo a ser cumprido.
- As receitas aumentaram, em virtude do aumento do valor da quotização, com a quota mínima recomendada de 2 €/mês, e uma razoável recuperação de quotizações em atraso, assim como a entrada de verbas decorrentes de protocolos celebrados com algumas autarquias, numa previsão de cerca de 30.000€.
- Ao mesmo tempo, as despesas aumentaram bastante, face ao aumento muito significativo da nossa atividade.
- A campanha de fundos “Uma Sede para a URAP”, com o objetivo de se angariarem 250.000€, foi temporariamente suspensa e está a ser repensada para se imprimir nova dinâmica. A URAP valoriza o esforço inicial realizado pelos seus associados e amigos. Oportunamente retomaremos a Campanha.

O Conselho Diretivo da URAP

Lisboa, 22 de março de 2025

 

 

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Homenagem aos Tarrafalistas 2025
Memorial – Cemitério do Alto de São João
15 de fevereiro de 2025

Caros Amigos e Camaradas
Caros familiares dos Tarrafalistas que hoje voltamos a homenagear
Caros Antifascistas e Democratas que connosco se juntam,


Ao chamamento da União dos Resistentes Antifascistas Portugueses, voltamos hoje a aqui nos reunirmos em homenagem àqueles que a Ditadura Fascista prendeu no Campo de Concentração do Tarrafal.
Este ano, ano em que ainda se comemoram 50 anos da Revolução de Abril, é também o ano em que foi alcançada e reconhecida a independência dos povos colonizados da Guiné, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Angola, e em que a luta do povo timorense entrava numa nova e difícil fase no seu caminho para a independência.

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