A Europa e o mundo estão confrontados, em pleno século XXI, com uma guerra no leste europeu. No dia 24 de Fevereiro, as tropas russas invadiram a Ucrânia. Perante isto, a União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) apela à imediata cessação das operações militares e a adoção de uma solução negociada para o conflito, de acordo com o Direito Internacional e os princípios da Carta das Nações Unidas.
A URAP, associação unitária fortemente empenhada na luta antifascista, na defesa da Liberdade, da Democracia e da Paz, considera que a guerra não é solução para a resolução de conflitos, nem serve os interesses dos povos, que são dela sempre as primeiras vítimas.
Assim, a URAP defende que Portugal deve pautar a sua ação pelo respeito dos princípios inscritos na Constituição da República Portuguesa, que preconiza a dissolução dos blocos político-militares e o desarmamento, o respeito pela soberania dos países e a resolução pacífica dos conflitos. Deve igualmente distanciar-se da política agressiva da NATO e da tentativa de militarização da União Europeia.
Há décadas que os EUA e a NATO prosseguem uma estratégia de alargamento, expansão e colocação de bases, armamento e contingentes militares junto às fronteiras da Rússia, violando tratados que se constituem como fatores essenciais para o equilíbrio geoestratégico, para a segurança internacional e a manutenção da paz.
As razões de fundo da política agressiva dos EUA são permanentemente deturpadas e falsificadas, em nome da defesa dos direitos humanos e das ameaças à segurança das democracias liberais, para justificar a corrida aos armamentos, para sofisticadas operações de mudança de regime em países soberanos, para a ingerência nos assuntos internos de países que resistem em submeter-se e defendem a sua independência, e para a multiplicação de operações militares por todo o mundo, garantindo a apropriação ilegítima dos recursos naturais desses países, como fontes de abastecimento baratas para a sua economia, com elevados custos para os povos dessas nações.
A actual situação na Ucrânia e os seus recentes desenvolvimentos, absolutamente lamentáveis, dramaticamente relatados por uma comunicação social quase sempre manipuladora da opinião pública, são inseparáveis de décadas desta estratégia e não pode ser dissociada do golpe de Estado de 2014, promovido pelos EUA, a NATO e a UE, protagonizado por grupos neonazis contra um governo democraticamente eleito, e que levou à imposição de um regime xenófobo e belicista, que nunca respeitou os Acordos de Minsk de 2015, que previam o fim dos confrontos armados entre as duas partes ucranianas e a concessão de uma autonomia à região do Donbass, de maioria russófona.
É preciso acabar com a escalada da guerra. Só o fim das hostilidades e as negociações de paz podem resolver os problemas existentes. Ucranianos e russos têm o direito de viver em paz.
Não à guerra! Viva a Paz!
4/03/2022