A saída da sede na Rua Bernardo Lima e a mudança para a Rua da Beneficência e para Marvila significou, para a URAP, um enorme esforço. Para não dispersar documentação e restante património, houve outras questões que se atrasaram, nomeadamente, a feitura de talões das quotas e de cartões. Entretanto, mesmo assim, demos passos positivos na

ORGANIZAÇÃO:
Criou-se o Núcleo de Loures/Odivelas, numa Sessão muito participada, com a presença de vários autarcas, inclusivé o presidente da Câmara.
Consolidou-se a actividade e funcionamento dos núcleos existentes e, na sequência de iniciativas várias por todo o país, fizeram-se contactos com vista à sua criação futura.
Inscreveram-se na URAP, no decurso de 2018, 91 novos associados.
Conseguiu-se a recuperação de quotas em atraso e o contacto com associados desligados.


ACTIVIDADE
Realizaram-se, com regularidade, as publicações do Boletim, da Página e do Facebook.
Mantivemos, com ex presos políticos e outros democratas, a pressão para que o Governo concretizasse o seu compromisso, relativamente ao Museu Nacional de Peniche – Museu da Resistência e Liberdade.
Com os relatórios dos Núcleos, o relatório geral da URAP ficará muito mais rico. No entanto, destacaremos algumas iniciativas em que a URAP se envolveu:
Sessão em Aveiro sobre o III Congresso da Oposição Democrática.
A comemoração do centenário da Revolução de Outubro, na Casa do Alentejo.
Numa iniciativa muito participada, a URAP e a Casa do Alentejo homenagearam o trabalhador alentejano. É assinado protocolo de cooperação entre URAP e Casa do Alentejo.
Com o contributo decisivo do Núcleo do Barreiro, organizou-se uma Viagem ao País Basco, homenageando Guernica e o seu povo mártir e também uma Viagem a Madrid, para visitar exposição sobre o campo de concentração de Auschwitz.
Nos Açores, em Angra do Heroísmo e em cooperação com a Câmara Municipal de Angra, realizou-se uma sessão solene em homenagem aos antifascistas que estiveram presos nos Fortes de S. João Baptista e S. Sebastião "O Castelinho". Ali se apresentou os traços gerais do livro sobre aquelas prisões, cujo lançamento se projecta para o fim de Abril.
Na Casa do Alentejo, festejou-se a vitória e comemorou-se a data em que centenas de democratas, em Peniche, exigiram ao Governo que o Forte não se transformasse numa Pousada de luxo, mas sim, num verdadeiro Museu da Liberdade e da Resistência.
Realizou-se, na data estabelecida, a Assembleia Geral ordinária, onde foram prestadas contas da actividade e da situação financeira. Assembleia muito participativa e virada para o futuro.
Foram organizadas sessões de apresentação do livro "Forte de Peniche – Memória, Resistência e Luta" por todo o país e, devido ao seu êxito, já foi lançada a 4ª. Edição.
As sessões nas escolas, pelo 25 de Abril, abrangeram milhares de jovens, o que, sendo positivo, consideramos aquém das possibilidades.
Comemorámos, com muita alegria, o aniversário da URAP.
Não esquecemos nunca os nossos heróis tarrafalistas e, lá estivemos a lembrá-los junto ao seu Memorial, no cemitério do Alto de S. João.
Já em 2019, protestámos junto da ERC pela ignóbil entrevista da TVI a um assassino fascista e apelámos às autoridades do Estado, chamando a atenção para a Constituição da República, para que não permitissem manifestações convocadas por organizações fascistas.
No plano internacional, a URAP participou, com a presença do seu Presidente da Assembleia Geral, Dr. Levy Baptista, numa Conferência Internacional promovida pela Associação italiana –
-ANPI e, em Bruxelas, numa Conferência promovida pelo GUE/NGL, com a presença do dirigente Francisco Canelas.
A preparação do livro " MJT e a Luta dos Jovens Trabalhadores", com reuniões que envolveram muitos activistas, culminou com a sua apresentação na Voz do Operário, com a presença de centenas de pessoas.
À semelhança das sessões sobre o livro "Forte de Peniche, Memória, Resistência e Luta", também estas sobre o livro "MJT e a Luta dos Jovens Trabalhadores-Fios de Memória", têm sido uma forma de divulgar a URAP, a sua luta contra o branqueamento do fascismo e pela defesa dos valores de Abril.

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Plano de Actividades para o ano de 2019,
aprovado na Assembleia-Geral de 30 de Março de 2019

 

ORGANIZAÇÃO
No que respeita à organização e funcionamento, as nossas prioridades são as seguintes:
Persistir na criação de Núcleos nos vários distritos do país, onde temos sócios e amigos da URAP.
Dinamizar os Núcleos existentes.
Continuar a trazer mais sócios para a URAP.
Informatizar o ficheiro e criar programa para as quotas.
Manter e alargar a concretização de protocolos com Câmaras, outras entidades e organizações.
Pôr a funcionar, de forma adequada, as sedes da URAP (Lisboa e Central) e organizar toda a documentação.


ACTIVIDADE
Estamos a realizar a Assembleia Geral em vésperas do 25 de Abril e, uma das tarefas prioritárias, é a realização de sessões em escolas, bem como a mobilização para a manifestação popular.
Na sequência da luta pelo Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, para além das cerimónias institucionais, é de grande importância termos uma forte mobilização popular, para o dia 27 de Abril, em Peniche, data que comemora a libertação dos presos e em que vai ser inaugurado o Memorial por que tanto a URAP se bateu.

No 1º de Maio estaremos na Alameda com um pequeno pavilhão, como ocorreu o ano passado.
No próximo dia 4 de Maio, iremos comemorar o aniversário da URAP.
A realização de sessões em torno dos livros editados "Forte de Peniche, Memória, Resistência e Luta" e "MJT e luta dos Jovens Trabalhadores-Fios da Memória" deve continuar, pois têm sido de uma grande importância para lembrar a História que não é contada nas escolas e, muito raramente mostrada na Comunicação Social.
Em fins de Abril ou princípios de Maio, está projectada a edição do livro sobre as prisões dos Fortes de Angra do Heroísmo, em cooperação com a Câmara Municipal.
O grupo de trabalho, que tem investigado na Torre do Tombo os nomes dos antifascistas presos em Peniche, em Angra do Heroísmo e no Porto, vai continuar o seu importante trabalho. Este ano, tendo em conta que já anunciámos que iríamos realizar uma homenagem às Mulheres que estiveram presas, o levantamento dos nomes de Caxias, é fundamental.
Previsto organizar uma Expo-venda de Artes Plásticas.
Com o Museu do Aljube, projectamos organizar mais sessões, nomeadamente, sobre o papel dos Cine Clubes na Resistência e das Cooperativas Culturais.
À semelhança de anos anteriores, programamos uma visita guiada a uma terra bombardeada pelos nazis, em França, durante a II Guerra Mundial, "Oradour sur Glane".
Iremos, mais uma vez, ao Mausoléu dos Tarrafalistas, em resposta ao seu apelo para que nunca os esqueçamos.

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Intervenção na Homenagem aos Tarrafalistas assassinados do Campo de Concentração do Tarrafal, 23 de Fevereiro de 2019, Cemitério Alto de São João
Ana Pato, do Conselho Directivo da URAP

 

"Artigo 1: é criada uma colónia penal para presos políticos e sociais no Tarrafal, da Ilha de Santiago, no Arquipélago de Cabo Verde."

 

"Artigo 2: A colónia penal a que se refere o artigo anterior destinar-se-á a presos por crimes políticos que devam cumprir a pena de desterro ou que, tendo estado internados em outro estabelecimento prisional, se mostrem refractários à disciplina deste estabelecimento ou elementos perniciosos para os outros reclusos".

Assim se decretava, a 23 de Abril de 1936, a abertura da prisão. Há 83 anos.

 

Mas não é certamente na letra escrita do carcereiro que se pode adivinhar os propósitos da criação da colónia penal. Melhor se perceberá nas honestas palavras ditas pelo director: "Quem vem para o Tarrafal vem para morrer"; ou nas do médico: "não estou aqui para curar doentes, mas para passar certidões de óbito".

 

O Tarrafal era um campo de morte, o "campo da morte lenta", um campo de concentração criado à imagem dos campos de concentração nazi.

 

Hoje estamos aqui para homenagear os que lá estiveram presos. Por isso, é a eles que devemos a palavra. "O Tarrafal não foi um sonho mau; foi um crime tremendo, friamente meditado e friamente executado", acusa Francisco Miguel, o último sobrevivente a sair do Tarrafal, em 1953.

 

Durou 18 anos esta primeira fase de funcionamento do campo do Tarrafal. A primeira leva de 152 presos eram participantes da insurreição do 18 de Janeiro de 1934, na Marinha Grande, e da Revolta dos Marinheiros, nos navios de guerra nesse ano de 36. Por lá, ao todo, passaram 340 antifascistas. Entre eles estava o secretário-geral do PCP, Bento Gonçalves. Ele não voltou. A soma do seu tempo de prisão ultrapassa os 2000 anos.

 

Mas não esquecemos que o campo foi reaberto para prender os nossos irmãos africanos que também eles lutavam pela liberdade e pela independência.

 

No Tarrafal, havia a biliosa e havia a frigideira. Quem não morreu, regressou com a saúde comprometida.

 

Foram 32 os antifascistas portugueses que não sobreviveram, e os seus restos mortais, depois de trasladados em 1978, perante 200 mil pessoas, encontram-se aqui neste memorial.

 

Este jazigo é a denúncia e a memória tornadas físicas de que houve fascismo. Mas é também o apelo cheio de futuro que Francisco Miguel nos deixou:

 

"Antifascista, democrata, homem progressista: quando pensares nos direitos da pessoa humana, não te esqueças do Tarrafal. Se queres defender a liberdade e construir e consolidar a verdadeira democracia, faz alguma coisa para que o fascismo não possa voltar mais a terra portuguesa. O Tarrafal simboliza 48 anos de política criminosa. Nós, povo português, não podemos permitir que esse crime se repita".

 

Os mortos e os sobreviventes interpelam-nos directamente. E esta mensagem é de uma actualidade cortante quando olhamos com atenção para o nosso país e para o mundo de hoje.

 

O capitalismo está em crise. É ele que traz no seu bojo as saídas ditatoriais. Mas nada se repete da mesma maneira: as formas e as táticas são outras. Contudo, na essência, a mesma necessidade de oprimir para poder explorar. E, com isso, a miséria e a guerra. Aqui, as liberdades e os direitos são danos colaterais.

 

O 25 de Abril deixou profundas raízes na sociedade portuguesa. Não é de todo alheio a isso o facto de não termos uma extrema-direita organizada e com expressão em Portugal. Porém, fazem-se ensaios.
A presença de Mário Machado, nazi-fascista e assassino, num programa de entretenimento é disso exemplo, assim como a promoção descarada por parte da CS de uma manifestação promovida por organizações de extrema-direita que acabou por se revelar um estrondoso e caricato insucesso.

 

Mas há outros perigos, tão maiores quanto mais devagarinho se vão instalando. Há anos que assistimos à reescrita da história e ao branqueamento do fascismo.
E à ocultação: a ignorância fragiliza, como é fácil de perceber.

 

Há anos a que assistimos a ataques às liberdades e direitos fundamentais. E um dos perigos maiores é o da normalização. Não podemos deixar que se torne normal o despedimento de sindicalistas, o medo de fazer greve, o impedimento de Reuniões Gerais de Alunos ou de distribuição de propaganda.
A liberdade e a democracia não são coisas abstractas. Por isso, não podemos deixar que se torne normal achar que o trabalho, a educação, a saúde ou a habitação não são um direito.

 

Como está bem de ver, a resposta antifascista é uma resposta geral. Requer o nosso activo empenho político e social em várias frentes.

 

Da parte da URAP, reclama-se a intervenção sobre o momento presente. A URAP não é apenas a organização dos que lutaram pelo derrubamento da ditadura portuguesa. É de todos quantos hoje lutam pela liberdade e a democracia.

 

Uma das missões da URAP é denunciar que houve fascismo em Portugal e mostrar que ele foi derrubado pela luta organizada. Ora, isto não visa apenas preservação da memória do passado. Visa também a preparação do presente e do futuro.

 

Por isso a URAP desdobra-se para fazer sessões em escolas, numa acção que chega a milhares de jovens. Precisamos de ir ainda a mais escolas e de uma maior cobertura nacional. Cada activista da URAP pode ajudar a organizar endereçando convites às escolas da sua área.

 

O mesmo em relação ao livro sobre o forte de Peniche. Está a ser uma iniciativa de grande sucesso. Vai já na 4a edição. E também em relação ao muito recente livro sobre o Movimento da Juventude Trabalhadora.
Estes livros valem, não só por si e pelo registo histórico que permitem, mas também pela larga dezenas de sessões que nos estão a permitir realizar pode todo o país.

 

A criação de um Museu Nacional da Resistência e Liberdade no Forte de Peniche representa uma grande vitória e o culminar de um processo de luta em que a URAP se encontrou na primeira linha. Dia 27 de Abril vai ser inaugurada parte deste museu e o Memorial com o nome dos presos políticos. Queremos que lá estejam largas centenas ou mesmo milhares de pessoas numa grande demonstração de firmeza pela defesa do Museu, da memória e dos valores e conquistas da Revolução. Vamos organizar transportes e apelamos a que cada um de vós mobilize.

 

Companheiros,

 

temos muitas tarefas. Para as levar a cabo, precisamos de reforçar os nossos núcleos e criar novos. Está provado que as potencialidades são grandes, assim como o âmbito da nossa intervenção.

 

O momento actual exige compromisso e acção de cada um de nós.

 

Fascismo nunca mais.

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Intervenção de Marília Villaverde Cabral, na sessão de lançamento do livro "MJT e luta dos jovens trabalhadores - Fios de Memória", dia 9 de Fevereiro de 2019, na Voz do Operário

 

 

Bem-vindos a esta sessão de apresentação do livro sobre o MJT – Movimento dos Jovens Trabalhadores – Fios da Memória.
Foi com grande satisfação e entusiasmo que o Conselho Directivo da URAP acolheu esta ideia: juntar os que fomos conseguindo contactar para o convívio na Casa do Alentejo, a 27 de Maio de 2017 e, a seguir, porque não editar um livro que retratasse a história deste movimento, das suas lutas, da sua coragem - um documento que não deixasse esquecer o papel desta geração tão jovem na luta da resistência contra o fascismo, contra a guerra colonial, pela liberdade, pela democracia, por um Portugal melhor?


E conseguimos. Com o trabalho de vários companheiros da URAP e com a ajuda solidária da Fundação Saramago que agradecemos na pessoa de José Sucena e da Voz do Operário, na pessoa do seu presidente, Manuel Figueiredo.
Não deixar esquecer movimentos que, como o MJT deram um contributo importante para a alvorada da Revolução de Abril, lembrar homens e mulheres que foram presos, torturados, deportados, pelo amor ao seu Povo e ao seu País, continuar a luta contra o branqueamento do fascismo, pela solidariedade para com os povos e pela Paz, é um dever que temos para com aqueles que fundaram a Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos de que a URAP é herdeira.


Por isso, estivemos no campo da morte lenta, no Tarrafal, vimos o terrível local a que os presos chamaram "frigideira" e homenageamos todos os anos, junto ao seu Mausoléu, no Cemitério do Alto de S. João, os que "na longa noite do fascismo, foram portadores da chama da Liberdade..."


Da ex-sede da Pide no Porto, conseguimos criar um projecto museológico que lembra que ali foram encarcerados mais de 7.000 antifascistas.


Assinalámos, em Angra do Heroísmo, as duas Fortalezas, S. João Baptista e S. Sebastião, com os lugares malditos para os presos: a Poterna e o Calejão, locais tão terríveis, que até são difíceis de descrever.

Em colaboração com a Câmara Municipal, vamos lançar um livro sobre estas prisões que muita gente, mesmo democratas, desconhecem que existiram e onde os presos se encontravam no mais profundo isolamento.


Em Aveiro, evocámos o II e o III Congressos da Oposição Democrática, ainda felizmente com membros das Comissões Executivas dos seus Conselhos Nacionais, lembrando a unidade conseguida e o papel que tiveram, nomeadamente o III Congresso, para que Abril acontecesse.


Com a Tocha da Paz e da Liberdade, da Federação Internacional de Resistentes, com sede em Berlim e de que fazemos parte, percorremos o País nos 70 anos do fim da II Guerra Mundial.


Lembrámos Guernica e o seu Povo mártir pelos 80 anos dos bombardeamentos fascistas.


Organizámos com a FIR e a Organização dos Veteranos da Bélgica visitas de jovens ao Campo de Concentração de Auschwitz - chamada Combóio dos Mil.


Participámos em encontros internacionais em Itália e em Bruxelas, no Parlamento Europeu, de troca de experiência na luta contra o fascismo e o ascenso da extrema-direita na Europa.


Com ex presos políticos e outros democratas travámos e vencemos a luta para que o Forte de Peniche não fosse transformado numa pousada de luxo, mas num verdadeiro Museu Nacional da Liberdade e da Resistência. Com o livro que editámos e já vai na 4ª. Edição, a URAP tem percorrido o país, em escolas, colectividades e outras instituições com sessões, aproveitando também para dar a conhecer a actividade da URAP.

 

Dia 27 de Abril, data que comemora a libertação dos presos do Forte de Peniche, vai ser inaugurada a primeira fase do Museu da Liberdade e Resistência, bem como o Memorial com o nome dos presos políticos, reivindicação antiga da URAP.
Queremos que seja uma grande manifestação de massas para que fique bem demonstrada a satisfação por esta conquista e que não permitiremos que se volte para trás.


Havia quem pensasse que a URAP era uma organização só para os que resistiram durante o fascismo, para os mais idosos, mas não corresponde à verdade. A URAP é para todos os antifascistas, todos os que lutaram e os que lutam hoje para que o fascismo não volte mais à nossa terra. Era assim que a caracterizavam os seus fundadores, vários que tinham estado no Tarrafal e noutras prisões e que, pela sua longa experiência da vida e de luta, acharam por bem que a URAP fazia falta ao Portugal, mesmo liberto do fascismo. Porque sabiam que os fascistas não desapareceram, que encontrando terreno favorável, deitam as suas garras de fora.


Sentindo-se animados com o ascenso de partidos fascistas na Europa, no Brasil e infelizmente em muitas partes do Mundo e aproveitando-se do descontentamento popular, começam a tentar também aqui a levantar cabelo: os coletes amarelos, o anúncio da inauguração em 2019 de um Museu Salazar e outro do Estado Novo em Santa Comba que, a concretizar-se poderiam transformar-se em locais de culto e de romagem de neonazis nacionais e estrangeiros. A convocação de uma manifestação de louvor a Salazar no dia 1 de Fevereiro, a vergonhosa aparição num programa da TVI de um criminoso nazi, são factos que exigem da nossa parte uma grande vigilância, mas tendo o cuidado de não cair em provocações e estar prontos a desmistificar as mentiras com que somos bombardeados diariamente pela comunicação social.


A URAP tem tomado posição sobre estes factos, alertando as mais altas entidades do Estado e exigindo o cumprimento da Constituição da República Portuguesa, sendo para nós muito claro, que é com a nossa luta do dia-a-dia, com as sessões nas escolas pelos 45 anos do 25 de Abril que já estamos a programar – e que aproveito para apelar à participação de todos na manifestação popular e nas iniciativas comemorativas, para que este 25 de Abril, seja um grande 25 de Abril - também com as sessões que percorremos por todo o país, divulgando o que foi o fascismo, editando livros como o de Peniche, o das prisões de Angra do Heroísmo, este sobre o MJT que fala da vossa luta e que queremos, com ele, contar às novas gerações a luta dos jovens de ontem que abriram caminho para que os jovens de hoje, pudessem viver em liberdade.


Vivemos tempos conturbados, é certo, em que o fascismo, em muitas partes do Mundo, levanta cabeça, e em que os Estados Unidos e a União Europeia se juntam numa ofensiva contra os direitos dos povos e a sua soberania, como é o caso da Venezuela, mas também há muita força, muita vontade dos que amam a liberdade e querem o bem para os seus povos.
Esta geração de resistentes que hoje temos aqui, porque conheceu e sentiu na pele o que foi o fascismo em Portugal, lutará, decerto, contra o fascismo, pela Paz e pela solidariedade para com os Povos de todo o Mundo e isso dá-nos uma grande confiança no futuro.


Contamos convosco!

Lisboa, 09 de Fevereiro de 2019

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