Graças à luta dos democratas e antifascistas, entre os quais a URAP se inclui, o Forte de Peniche vai ser retirado da lista de 30 edifícios que o Governo vai concessionar a privados.
A afirmação foi proferida ontem na Assembleia da República pelo ministro da Cultura, Luís Castro Mendes, no âmbito do debate do Orçamento de Estado da Cultura para 2017.
O ministro da Cultura anunciou a retirada do Forte de Peniche do programa Revive porque, explicou, "entendemos que o que se fizer ali tem que respeitar a perpetuar a memória de luta pela democracia".
Recorde-se que ao abrigo desse programa, uma parte do Forte de Peniche seria transformado em unidade hoteleira privada.
Essa notícia mobilizou de imediato as forças democráticas que, em 5 de Outubro passado, enviaram à Assembleia da República uma petição com mais de 5.000 assinaturas - "Forte de Peniche - Defesa da memória, resistência e luta" -, na qual os subscritores consideravam que a decisão "punha em causa a preservação da memória histórica do que foi o regime fascista e a luta pela liberdade, bem como as funções e características que um monumento como o conjunto edificado do Forte de Peniche deve ter".
Em 29 de Outubro realizou-se um encontro-convívio no Forte de Peniche, onde cerca de 600 pessoas, muitas das quais ex-presos políticos, aprovaram o "Apelo ao Governo em defesa da Fortaleza de Peniche símbolo da repressão e da luta contra o fascismo".
Segundo o documento, "o respeito pela memória de milhares de portugueses que deram o melhor das suas vidas, e muitos a própria vida, por um Portugal livre e democrático, exige a preservação do Forte de Peniche como símbolo da resistência e da luta contra o fascismo".
Actualmente, existe no forte um museu, que os presentes querem ver ampliado e melhorado, criado no início da década de 80. Um dos três pavilhões está aberto ao público como museu municipal, onde foi reconstituído o ambiente como prisão política e se podem visitar parlatórios e celas individuais.
A URAP manifesta o seu regozijo pela decisão do governo em resposta à pronta indignação dos democratas portugueses, ao mesmo tempo que espera que sejam deslocadas verbas para devidamente reabilitar o actual museu.
Já Sócrates, o filósofo, dizia: "Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida".