O médico psiquiatra António Esteves, democrata e resistente antifascista, morreu hoje em Lisboa aos 100 anos.
António Esteves, antifascista e lutador pela democracia, era membro fundador da URAP e entre 1950 a 1974 apoiou muitos presos políticos e resistentes, não se deixando intimidar pela PIDE e não permitindo nunca que os agentes estivessem presentes em qualquer acto médico para que fosse solicitado nas cadeias de Caxias ou Peniche, ou instituições médicas privadas ou públicas.
Psiquiatra conceituado e cidadão exemplar, desde muito jovem combateu o fascismo e denunciou sempre os riscos, inclusivamente de morte, em que os presos políticos muitas vezes incorriam em virtude das torturas ou de falta de assistência médica.
Após o 25 de Abril de 1974, em 2 de Maio, foi eleito por unanimidade, em Assembleia Geral de todos os trabalhadores do Hospital Júlio de Matos, para a Comissão de Gestão. Durante toda a sua longa vida foi um profissional competente e rigoroso e até ao fim manteve a mesma coerência política, nunca se afastando da intervenção cívica.