O livro "Os presos e as prisões em Angra do Heroísmo" foi apresentado na Biblioteca Municipal da Marinha Grande, numa sessão organizada pelo núcleo concelhio da URAP, dia 29 de Junho, com a participação de dezenas de associados e amigos.

A mesa era constituída por Manuel Santos Pereira e Carlos Vicente do núcleo da URAP da Marinha Grande e pelo coordenador da URAP, José Pedro Soares.

José Pedro Soares expôs o conteúdo da obra que se situa entre 1933 e 1943, anos em que a Ilha Terceira, nos Açores, recebeu, nas Fortalezas de S. João Baptista e Castelinho, os 654 ex-presos políticos que o livro relata, 37 dos quais naturais da Marinha Grande, alguns em trânsito para o Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde.

Ao longo da sessão foram lidos textos do livro, sobretudo depoimentos e testemunhos de ex-presos políticos, sobre os castigos na Puterna e no Calejão, o isolamento, as provocações e o rigor do regimento prisional naquelas sinistras prisões do fascismo.

O Boletim nº 169 da URAP, relativo ao segundo trimestre de 2022, já se encontra em distribuição, mas pode ser também consultado aqui.

Ao editorial, Em louvor do espírito crítico, da autoria de Vítor Dias, segue-se a rúbrica “Em Movimento”, nas páginas 2 e 3, que descreve uma visita de lazer de uma delegação da URAP ao Açores, que teve como objectivo principal o lançamento do livro “Os presos políticos nas prisões de Angra do Heroísmo”.
Carina Infante do Carmo fala de José Saramago em Cultura é Resistência, nas páginas 14 e 15, e a página 4 é dedicada às inúmeras sessões pelo país destinadas a dar a conhecer o livro “Elas Estiveram nas Prisões do Fascismo”.
A página 5, que lembra a manifestação contra a carestia de vida de há 50 anos (1972), assinala também o aniversário de Adriano Correia de Oliveira e refere ainda visitas ao Museu do Aljube.
A Assembleia Geral da URAP, que se realizou no dia do aniversário da URAP – 30 de Abril - tem especial destaque nas páginas 6 e 7. Enquanto na página 8 não esquecemos o aveirense António Regala e médico Afonso de Albuquerque que nos deixaram. A libertação dos presos políticos de Caxias e Peniche, a 27 de Abril de 1974, é relatada na página 9.
As comemorações populares do 25 de Abril preenchem as páginas 10 e 11, e as páginas 12 e 13 dizem respeito às sessões da URAP nas escolas de todo o país para contar à juventude o que foi o fascismo e a construção da democracia em Portugal.

Lê e divulga o Boletim da URAP.

António Rodrigues Canelas, antigo operário e mais tarde licenciado em História, ex-preso político e deputado constituinte do grupo parlamentar do PCP, morreu hoje aos 91 anos em Torres Novas.

Filho de António Eduardo Gonçalves e de Gensiana, António Rodrigues Canelas nasceu a 29 de Janeiro de 1931 na freguesia de S. Pedro, Concelho de Torres Novas. Em 1948/49 adere ao MUD Juvenil com Francisco Canais Rocha, José Maria Salgueiro, Eduardo Martins Franco, Manuel Luís Barbosa, António Santo, entre outros.

Em 1952, é preso ao executar uma colagem, juntamente com António Santo, pela PSP e entregue à PIDE. Esteve encarcerado 13 meses - dois meses no Aljube e 11 meses em Caxias. Foi julgado no Tribunal Plenário de Lisboa, pelo célebre Juiz “Mesquita”, e condenado a três meses de prisão correccional e a uma multa de 300 escudos. Como já tinha 13 meses de cadeia, saiu em liberdade nesse dia, pagando depois a multa.

António Rodrigues Canelas fez parte do organismo de apoio à candidatura à Presidência da República de Arlindo Vicente e, mais tarde, de Humberto Delgado. Em 1958, integrou as Juntas de Acção Patriótica, criadas nesse mesmo ano, sendo um dos responsáveis pelo Norte do Ribatejo.

Ler mais...

O historiador José Manuel Vargas, membro do Conselho Nacional da URAP, apresentou no Auditório da Biblioteca Municipal de Silves, dia 18 de Junho, o livro "Os presos e as prisões políticas em Angra do Heroísmo".

Na presença de cerca de 25 pessoas, o orador descreveu o conteúdo do livro que contém elementos históricos sobre o período da existência das cadeias (1933-1943) e narra a vida dos 645 presos políticos que que passaram pela Fortaleza de S. João Baptista e pelo Forte de S. Sebastião, nos Açores.

Esta publicação da URAP teve a o seu primeiro lançamento em Angra do Heroísmo, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, e contou com a intervenção de José Pedro Soares, coordenador da URAP, e de Álamo de Menezes, presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, numa viagem que membros e amigos da URAP realizaram aos Açores, entre 8 e 12 de Maio.