"Hoje, muitos milhares de portugueses já nasceram depois da Revolução e não conheceram o que foi viver sem liberdade. Viver com o medo das prisões, das perseguições, das torturas", disse Olga Macedo, falando em representação da coordenadora da URAP, no almoço comemorativo do 25 de Abril, em Almada.
No encontro, que ocorreu dia 7 de Maio no Ginásio-Cine da SFUAP (Sociedade Filarmónica União Artística Piedense), na Cova da Piedade, sob o lema "Defender Abril, Cumprir a Constituição", intervieram Olga Macedo, em nome de Marília Villaverde Cabral, que não pôde estar presente por razões de saúde, e António Lima Coelho, da Associação Nacional de Sargentos.
A sessão, organizada pelo núcleo de Almada da URAP em colaboração com as Escolas do Desportivo, o movimento associativo e a autarquia, foi apresentada e comentada por Luísa Ramos e Mário Araújo, ao som de "Abandono", conhecido por "Fado de Peniche", que David Mourão Ferreira escreveu para Amália Rodrigues.
Actuou ainda a banda da SFUAP com canções como "Acordai" e "Jornada", de José Gomes Ferreira/Fernando Lopes Graça, terminando com "Grândola Vila Morena", de Zeca Afonso.
No texto, Marília Villaverde Cabral sublinhou ainda que "ao comemorarmos Abril, não estamos só virados para o passado. Com os olhos postos no futuro, temos o dever de lembrar, para defender, o grande património das conquistas populares consagradas na Constituição da República Portuguesa que este ano faz 40 anos e que todo o país comemora".
"No nosso país, devido à nova correlação de forças existente na Assembleia da República, foi possível travar várias medidas efectuadas pelo anterior Governo e que representaram um profundo retrocesso económico, social e democrático, bem como outras medidas que estavam na sua agenda política", disse, acrescentando que "2016 vai ser mais um ano de grande exigência para os democratas".