A Associação de Estudantes da Faculdade de Belas Artes do Porto organizou, dia 26, por videoconferência uma conversa sobre a Revolução de Abril, para a qual convidou Maria José Ribeiro da União de Resistentes Antifascistas Portugueses, o Almirante Martins Guerreiro da Associação 25 de Abril, e o Comandante Marques Pinto da Associação Conquistas da Revolução.
Na conversa moderada por Leonor Barbosa, dirigente da Associação, que durou cerca de hora e meia, os militares de Abril falaram com grande vivacidade e conhecimento sobre os preparativos da Revolução, a importância do Programa do MFA, a que Martins Guerreiro designou de "carta constitucional", que, disse, procurou ir ao encontro dos interesses mais sentidos do povo português.
Destacou, entre eles, a liberdade, o fim da opressão, as condições para a construção de um país livre, desenvolvido, com justiça e paz, e o fim da Guerra Colonial.
Martins Guerreiro sublinhou a luta travada por milhares de portugueses durante os anos de ditadura e o entusiasmo da população nos dias 25 de Abril e 1º de Maio, que veio demonstrar o apoio popular imprescindível para a consolidação da acção militar.
Maria José Ribeiro realçou as lutas desenvolvidas pelos trabalhadores, pela juventude, pelas mulheres pelos objectivos citados, e abordou a vida dos democratas durante a ditadura, muitos deles obrigados à clandestinidade, sofrendo prisões, torturas, assassinatos, enfrentando os Tribunais Plenários, os anos passados nos cárceres, afastados das famílias, do Aljube, Peniche, Tarrafal, Angra do Heroísmo e tantas outras.
A dirigente da URAP falou igualmente dos objectivos da criação da organização, em 30 de Abril de 1976. Abordou a sua luta pela preservação da memória, contra o esquecimento e o branqueamento do fascismo que foi a marca distintiva do regime que nos oprimiu durante 48 anos.


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