A "Vida e obra de Adriano Correia de Oliveira" foi o tema de uma exposição que o Clube dos Músicos da Marinha Grande promoveu, à qual o Núcleo URAP da Marinha Grande se associou , para iniciar as comemorações dos 40 anos do 25 de Abril.
A exposição inaugurada dia 9 de Abril, data em que o cantor completaria 72 anos, ficou patente até dia 12 de Abril na sede Sociedade de Beneficiencia e Recreio 1º Janeiro na Marinha Grande, dia em que houve um jantar de homenagem a Adriano Correia de Oliveira, com um espectáculo em que a sua obra e os poetas que cantou foram recordados.
Em representação da família esteve presente o seu cunhado, professor Rogério, a quem foi oferecida uma jarra em cristal lapidado, que lembrou "o homem solidário, o cantor de excelência, o resistente antifascista e o seu exemplo de luta, tão actual, por um Portugal livre, soberano e distante das troikas".
"Trova do vento que passa", canção emblemática interpretada por Adriano, com letra de Manuel Alegre, e "Grândola vila morena", com letra e música de Zeca Afonso, foram cantadas por todos no encerramento do espectáculo, ao qual assistiram cerca de 200 pessoas.
A sessão sob o lema "A luta pela liberdade ontem, hoje e amanhã" realizou-se dia 19 de Abril e a URAP/Marinha Grande convidou o antifascista Vítor Dias para intervir. Usaram ainda da palavra Alda Sousa e Júlio Silva, membros do Núcleo da Marinha Grande, que contaram as suas vivências pessoais e colectivas no tempo do fascismo.
Na ocasião, foi inaugurada uma exposição alusiva ao 25 de Abril elaborada pela URAP, que ficou patente até dia 2 de Maio no Jardim Camões, no centro histórico da cidade. Foi lido o manifesto "Abril é povo, é presente e é futuro".
O Tenente-Coronel Manuel Mata, militar de Abril, encerrou as comemorações do 40º aniversário da Revolução dos Cravos participando num jantar organizado para o efeito no dia 25. Na sua intervenção afirmou "...organizemo-nos com base na Constituição da República e nos valores de Abril. Transformemos as comemorações do 40º aniversário do 25 de Abril num forte movimento de resistência e luta... hoje reafirmar Abril, e os seus valores, significa recuperar a dignidade ofendida, retomar o nosso lugar de pleno direito entre iguais, renegociar a dívida, afastar quem não é digno das funções que exerce ou não assume as suas responsabilidades, valorizar os que trabalham e deitar a mão aos recursos nacionais. Tem de ser o povo soberano a resgatar de novo Portugal, tal como aconteceu em 25 de Abril de 1974. Viva a Revolução de Abril!".
O manifesto "Abril é povo, é presente e é futuro", promovido pela URAP/Marinha Grande e subscrito pelo Movimento Democrático de Mulheres, Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira, Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local, Associação Sindical Unitária Reformados Pensionistas Idosos, Clube dos Músicos MG, PCP E BE, está na base da da criação da Comissão "40 anos de Abril", de cariz popular e unitário.
Estas iniciativas fizeram parte do programa da Comissão, que visou comemorar o 40º aniversário da revolução, actividades muito diversas a que o povo da Marinha Grande aderiu.