A solidariedade e o auxílio do povo de Peniche aos presos políticos e às suas famílias, o apoio às fugas de presos que ocorreram na Fortaleza de Peniche e as detenções de resistentes antifascistas penichenses durante a ditadura foram alguns dos assuntos referidos na sessão pública/convívio de dia 3 de Novembro, organizada pela URAP, dedicada ao tema "Peniche, História, Memória, Solidariedade e Luta".
Com o auditório do Edifício Cultural da Câmara Municipal de Peniche repleto, antifascistas do concelho e vindos da região de Lisboa e Setúbal ouviram um antigo pescador, Floriano Sabino, falar da vida dos pescadores durante o fascismo.
Para ser pescador, o jovem adolescente precisava de dar um mergulho para mostrar que sabia nadar, quer fosse Verão ou Inverno. Depois, normalmente, ficava a trabalhar com o pai "à mercê", o que quer dizer de graça. Quando tinha um mestre, este avaliava-o e dava-lhe sucessivamente um quarto de quinhão, meio quinhão... até finalmente ter um salário. Tinham de trabalhar sempre, sem dia de descanso. Os pescadores entraram em luta para ter direito ao domingo: em vez de irem para o mar na noite de domingo queriam ir às 2h da madrugada de segunda-feira. Foi graças a muitas reuniões clandestinas e a muitas lutas que o conseguiram.
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