
Na ocasião, Levy Baptista, da Comissão Promotora das comemorações dos 40 anos da CNSPP, afirmou que «se é certo que, no nosso País, os presos políticos sempre tiveram a solidariedade, moral e material, de quantos, em liberdade, se sentiam irmanados na mesma luta, não é menos verdade que só com a constituição da CNSPP foi possível sistematizar e organizar eficazmente essa solidariedade, nomeadamente através da designação de advogados de defesa, de apoio financeiro aos familiares e, até, da organização de colónias de férias para filhos de presos políticos».
Anabela Carlos, filha dois antigos presos políticos, recordou algumas memórias das visitas feitas, em Peniche, ao seu pai: «Chegava a Peniche, esperávamos, revistavam malas, sacos, bolsos e lá entrávamos. Lá estava ele, no vidro, os olhos a brilhar. Só uma vez me lembro de me deixarem dar-lhe um abraço e sentar-me ao colo dele. Depois, porque adoeceu, ficou na Prisão Hospital de Caxias, ai ele já brincava comigo, desenhava para mim.»
Este espectáculo, apresentado pela actriz e encenadora Fernanda Lapa e onde actuaram o Coro Juvenil ''Oficina do Canto'', Francisco Fanhais, Luisa Basto, Carlos Alberto Moniz, o pianista Miguel Henriques, Coro Lopes Graça e poesia dita pelos actores Luisa Cruz e Luis Lucas, consistiu também num encontro de muitos que ficaram ligados pelos laços de solidariedade que a luta contra o fascismo teceu.