História > Antifascistas
Nascido em Almada no mesmo dia que
Manuel Guedes, Alberto Araújo era oriundo de uma família da
pequena burguesia local, o que lhe permitiu estudar, ao contrário de
outros jovens da sua terra. Desde cedo revelaria uma saúde frágil,
que o levaria a um internamento de dois anos no sanatório da Guarda.
Licenciado em Filologia Clássica e Estudos Camonianos, torna-se professor do Liceu, ao mesmo tempo que colabora com Bento Gonçalves, Secretário-geral do PCP, do qual era já militante.
Com a prisão do principal dirigente do PCP, e dos restantes membros do Secretariado, em finais de
1935, Alberto Araújo passa a integrar o Secretariado. Ao mesmo tempo que continuava a leccionar, era o principal responsável pela edição, novamente regular, do Avante!.
Em Janeiro de 1937, é preso, na sequência de duas viagens ao estrangeiro. Espancado e mantido incomunicável durante 11 meses, é mandado para Caxias. Em Abril de 1939, é finalmente «julgado» e condenado a 24 meses de prisão. Quando lhe faltavam apenas cumprir pouco mais de cem dias da pena, foi mandado para o Tarrafal.
No «Campo da Morte Lenta», sofreu as maiores violências e a sua frágil saúde agrava-se. Apesar disso, empenhava-se profundamente no apoio aos outros presos, ensinando português e francês.
Libertado em 1946, Alberto Araújo regressa a Almada com saúde arrasada. Abriu uma escola de português numa colectividade local e participou em inúmeras actividades culturais, recreativas e políticas.
No dia 19 de Março de 1955, Alberto Araújo morreu no Hospital de São José, em Lisboa. O seu funeral constituiu uma grande manifestação de apreço pelo seu percurso e de repúdio ao fascismo.