O comandante Vasco Costa Santos, membro fundador da URAP, resistente antifascista e militar de Abril, morreu dia 1 de Setembro aos 99 anos.
Costa Santos, oficial da Marinha, teve um percurso de vida dedicado à democracia, tendo em 12 de Março de 1959 participado na conhecida "Revolta da Sé" que lhe valeu um ano e três meses de prisão pela PIDE.
Colocado no Faial, como Capitão do porto da Horta, em 1961, foi-lhe negada a participação de integrar as listas da oposição democrática nas eleições de 1961 e mandado para Lisboa, onde lhe instauraram um auto de averiguações. Embora o despacho considerasse que nada havia contra ele do ponto de vista disciplinar, do ponto de vista político o Conselho de Ministros de Salazar decidiu que deveria passar compulsivamente à situação de Reforma.
Depois de Abril de 1974, foi Comandante Naval do Continente e, quando do 25 de Novembro, foi um dos militares da Marinha que não prestou obediência ao então Presidente da República, General Costa Gomes.
Com ele estavam outros militares de esquerda como o conselheiro da Revolução Almada Contreiras, que viriam, ambos, a sofrer uma larga temporada de prisão.
Por ocasião do seu 90º aniversário, realizou-se na Voz do Operário, em 25 de Setembro de 2010, um Encontro de Marinheiros - com oficiais, sargentos e praças -, para homenagear a figura do Comandante Costa Santos.
A URAP, representada pelo Conselho Directivo, esteve presente no almoço, e manifestou solidariedade e gratidão ao resistente antifascista.