Bento Jesus Nunes Luís, dirigente da URAP desde 2013 e responsável pelo núcleo de Vila Franca de Xira, morreu ontem, dia 21 de Outubro. A surpresa desta notícia bateu forte em todos os companheiros e amigos. A URAP apela à participação numa homenagem amanhã, quarta-feira, a partir das 10:30 na casa mortuária de À-dos-Loucos, de onde o corpo seguirá às 15:30 para o cemitério de São João dos Montes.
Bento Luís, natural de À-dos-Loucos, concelho de Vila Franca de Xira, nasceu a 5 de Junho de 1947. Desde muito jovem, foi um destacado lutador contra o regime fascista, participante activo do movimento associativo em colectividades de cultura e recreio, animador cultural, associativo, promotor da leitura entre grupos de jovens operários, lutador irreverente e democrata incansável.
Fez sempre muitos amigos e camaradas por onde passou. Assim foi na sua terra, na escola onde estudou e onde foi mestre de trabalhos manuais e mais tarde em empresas nas quais trabalhou. Até quando foi mobilizado para o serviço militar para o Quartel de Cavalaria, em Santarém, onde conheceu o Capitão Salgueiro Maia, que mais tarde reencontrou na Guiné e com quem conviveu e muito conversou, com ele e outros oficiais, que viriam a ser militares destacados no levantamento militar do 25 de Abril.
Bento Luís foi daqueles companheiros e camaradas que não se esquecem. Perseverante, paciente, convicto e amigo sincero. Tornou-se militante do PCP muito novo, seguindo os passos de sua mãe, operária em Alhandra, mulher de "fibra", cujas histórias de vida e militância não cabem nesta breve evocação.
Quando do 25 de Abril, era operário na MAGUE, em Alverca do Ribatejo, empresa onde decorria uma grande luta, tal como acontecia em muitas outras na região de Lisboa na véspera da Revolução.
O seu exemplo de cidadão, de lutador antifascista e revolucionário de Abril empenhado é agora património de todos nós, dos que persistem e não desistem de olhar e lutar por um mundo melhor.
À sua companheira, aos seus filhos e netos, a todos os seus muitos amigos e camaradas, a URAP expressa a dor e também a justa homenagem.