A 27 de Janeiro de 1945, o Exército Vermelho soviético libertou o campo de Auschwitz-Birkenau, na Polónia, onde 1,1 milhões de pessoas foram exterminadas pelos nazis, um milhão das quais judeus - mas também comunistas, homossexuais, ciganos - de diferentes países da Europa.
Cerca de 300 dos 200 mil prisioneiros nazis libertados há 70 anos pelas tropas soviéticas, quase todos com mais de 90 anos, estarão hoje em Auschwitz numa cerimónia a que se juntaram chefes de estado europeus, para dizer. "Isto, nunca mais!".
Para os antigos prisioneiros presentes pode ser a última oportunidade de poder testemunhar o que passaram naquele enorme complexo, 60 quilómetros a oeste de Cracóvia, junto à antiga fronteira germano-polaca, que, além do campo de concentração e de campos de trabalho forçado, incluía um centro de morte.
À entrada do campo e por cima de uma espessa camada de neve foi montada uma tenda onde esta tarde se realizará a cerimónia principal, percorrendo em seguida a pé cerca de um quilómetro até ao monumento às vítimas de Birkenau, para posar flores e acender velas.
Em meados de Janeiro de 1945, quando as forças soviéticas se aproximavam do complexo, os guardas das SS deram início à evacuação. Perto de 60 mil prisioneiros foram forçados a marchar em direcção a oeste. Nos dias anteriores tinham-se esforçado por aniquilar tantos quantos podiam nos campos. Num esforço derradeiro para esconder a mecânica do bastião da sua indústria da morte, dezenas de milhar de prisioneiros foram levados para a cidade de Wodzislaw, na parte ocidental da Alta Silésia. Os guardas abatiam a tiro os que, sem forças, iam caindo pelo caminho. Debaixo de um frio intenso, caminhando sobre a neve, e sem alívio para a fome, estas marchas deram cabo de outros 15 mil. Quando os soviéticos entraram em Auschwitz, no dia 27, libertaram pouco mais de 7 mil prisioneiros, a maioria deles muito doentes ou moribundos.
Para que os jovens portugueses possam conhecer o sistema nazi de genocídio e ter contacto directo com vítimas do fascismo, a URAP vai participará em Maio deste ano no Comboio dos 1000, iniciativa organizada pela FIR, o Instituto de Veteranos da Bélgica e a Fundação de Auschwitz, na qual se fará uma visita ao Campo de Concentração de Auschwitz-Birkenau, que juntará cerca de 1000 jovens, entre os quais 50 portugueses.