“O povo palestiniano (…) é um povo privado da terra que é sua por direito e de um governo próprio, que Israel continua a ocupar diária e violentamente, (…) ao arrepio de todas as convenções e decisões que defendem a decisão e solução pacífica de dois estados”, afirmou Francisco Canelas no Dia Internacional de Solidariedade com os Presos Palestinianos.
O dirigente da URAP falava, dia 20 de Abril, na sessão de solidariedade com os presos e detidos administrativos palestinianos nas prisões de Israel, organizada pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) e pela União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), com o apoio do Museu do Aljube.
Na sessão, aberta pela directora do Museu do Aljube, Rita Rato, participaram Carlos Almeida, vice-presidente do MPPM, e Yamil Kasem, membro do Conselho Nacional Palestiniano e coordenador, em Espanha, da Aliança Europeia de Apoio aos Presos Palestinianos, este por videoconferência, a partir de Madrid.
Depois de sublinhar que os palestinianos são “um povo a quem os seus melhores filhos são mortos, presos, torturados pela reivindicação da sua dignidade e do seu direito a autodeterminação enquanto povo e nação de direito”, Francisco Canelas garantiu que “nem como antifascistas e democratas, nem enquanto seres humanos podemos assistir calmamente a este que é o extermínio, lento mas seguro, de um povo por métodos utilizados pelo nazi-fascismo contra tantos outros povos”.
Rita Rato lembrou que o encontro solidário decorria “no local onde se situava uma das mais sinistras prisões do fascismo português” e Carlos Almeida considerou que na Palestina “todo um povo tem a sua liberdade coarctada”, para além dos próprios presos palestinianos “no contexto mais geral da ocupação israelita”.
Yamil Kasem, por seu lado, falou pormenorizadamente “da situação dos presos palestinianos nas prisões de Israel e a forma como este Estado ignora todas os princípios dos direitos humanos e do direito internacional”.
Segundo os organizadores, no final de Março deste ano havia nas prisões de Israel 4450 palestinianos, incluindo 140 menores e 37 mulheres. Destes, 440 encontram-se em regime de detenção administrativa, “uma prática que permite a detenção, sem culpa formada ou julgamento, prorrogável indefinidamente, e que evoca as infames ´medidas de segurança´ do fascismo português”.


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