Uma delegação da União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), composta por 52 pessoas, visitou o Parlamento Europeu, em Estrasburgo, entre 5 e 9 de Dezembro, a convite dos deputados do Partido Comunista Português no PE, e deslocou-se ainda a San Sebastian, Bruxelas e ao Forte de Breendonck, um antigo campo de concentração.
A deputada do PCP no Parlamento Europeu Sandra Pereira, que recebeu a delegação, fez uma resenha do funcionamento do PE e do momento político actual, que tende a reforçar aspectos negativos da política de direita e neoliberal em todas as instituições do parlamento, destacando o peso esmagador da Alemanha e França no conjunto das decisões tomadas.
Seguiu-se uma visita ao Parlamentarium, um museu/exposição, que desvirtua a história dando uma visão política unilateral.
Durante a manhã do dia 7, a delegação, acompanhada pelo deputado João Pimenta Lopes, deslocou-se ao Forte de Breendonck, um campo de concentração e deportação durante a II Guerra Mundial, hoje Museu e Memorial da deportação, localizado na Bélgica a cerca de 20 quilómetros a sul de Antuérpia, perto da linha ferroviária que liga Antuérpia a Bruxelas.
Esta fortificação, construída em 1906, foi utilizada pela SS para aí efectuar o registo, triagem e deportação de prisioneiros. Os primeiros registos de prisioneiros datam de 20 de Setembro de 1940, e pelo menos 3 532 prisioneiros terão por aí passado, muitos dos quais torturados, até Setembro de 1944.
Os deputados comunistas organizaram ainda um jantar em Bruxelas, tendo a URAP oferecido alguns livros das suas edições e os amigos de Aveiro os tradicionais doces de ovos moles. Foi nessa ocasião que se teve conhecimento de que Évora tinha sido escolhida para Capital Europeia da Cultura, o que foi assinalado com canções alentejanas.
A delegação da URAP era constituída por amigos e associados da URAP de Almada, Algarve, Algueirão, Aveiro, Beja, Braga, Cascais, Évora, Lisboa, Mem Martins, Moita, Montemor-o-Novo, Peniche, Porto, Queluz, S. Iria da Azóia, Setúbal, Seixa, Vila Franca de Xira e Viseu, e durante a viagem contou com a inscrição de oito novos sócios, na sua maioria jovens.
A viagem de autocarro permitiu uma maior aproximação entre os participantes, troca de impressões e conhecimento mútuo. Permitiu o enriquecimento individual e colectivo, o fortalecimento da dimensão humana dos participantes e uma maior ligação à URAP na luta antifascista, pelo progresso, a democracia e a preservação da memória.