Amílcar Cabral, o fundador do Partido Africano da Independência da Guine e Cabo Verde (PAIGC), “grande combatente pela independência africana”, eleito pela BBC, em 2020, como o segundo maior líder mundial de sempre, foi assassinado em 20 de Janeiro de 1973, em Conacri, em circunstâncias ainda hoje não totalmente claras, antes de ver as duas colónias portuguesas tornarem-se independentes.
Nascido na cidade guineense de Bafatá, em 12 de Setembro de 1924, filho de cabo-verdianos, um dos principais teóricos da luta pela independência de Guiné Bissau e Cabo Verde, está entre os grandes nomes da luta nacionalista africana, e, numa lista elaborada por historiadores para a BBC em 2020, foi considerado o segundo maior líder mundial de todos os tempos, depois de Maharaja Ranjit Singh, modernizador e unificador, líder do império sikh do início do século XIX.
Amílcar Cabral foi escritor e Engenheiro Agrónomo, formado no Instituto Superior de Agronomia (ISA), em Lisboa, onde iniciou a sua a actividade académica e política com outros estudantes anticolonialistas em Portugal.
Em 1956, Amílcar Cabral funda o PAIGC, uma organização revolucionária armada que, no início da década de 1960, iniciou a luta armada contra o regime colonial, e desenvolve uma intensa actividade diplomática junto às Nações Unidas.
Apesar da morte do líder, a luta pela independência prosseguiu, e o PAIGC declarou unilateralmente a independência da Guiné-Bissau em 24 de Setembro de 1973, reconhecida por vários países nos meses que se seguiram, sobretudo africanos e do campo socialista. A Assembleia Geral da ONU só admitiria o país como estado-membro um ano depois, a 17 de Setembro de 1974, após a revolução do 25 de Abril, que concedeu a independência às colónias portuguesas.
Para Cabral, grande intelectual africano, a educação era a principal arma da libertação. Segundo ele, a libertação nacional seria um processo de grande alcance estratégico porque deveria ultrapassar os marcos da conquista formal da independência.
Na verdade, ela implicaria na remoção de todos os obstáculos ao livre desenvolvimento das forças produtivas e de todas as formas de subjugação da pessoa humana, sendo, por isso, indissociável da luta contra a ignorância e pela promoção do conhecimento e da cultura.