Manuel Gusmão, poeta, ensaísta, professor universitário e intelectual comunista, morreu, dia 9 de Novembro, em Lisboa, aos 77 anos.
Nascido em Évora, no dia 11 de Dezembro de 1945, Manuel Gusmão licenciou-se em Filologia Românica, em 1970, pela Universidade de Lisboa. Estreou-se como poeta em 1990, com a publicação de "Dois Sóis, A Rosa - À Arquitectura do Mundo".
Um dos maiores nomes da literatura e da cultura portuguesa contemporânea, Manuel Gusmão dirigiu a revista a revista Caderno Vermelho, do Sector Intelectual da Organização Regional de Lisboa do PCP, desde o primeiro número, em 1996.
Foi ainda redactor das revistas “O Tempo e o Modo”, “Letras e Artes”, “Crítica” e “Seara Nova” e fez parte do Conselho Editorial da Revista “Vértice”.
Manuel Gusmão foi membro do Comité Central do PCP, da Direcção da Organização Regional de Lisboa, do Secretariado da Célula dos Professores da Organização Regional de Lisboa e mais tarde do Secretariado de Artes e Letras, bem como a Direcção do Sector Intelectual do PCP. Era actualmente membro da Comissão Nacional da Cultura junto do CC.
Eleito deputado à Assembleia Constituinte pelo círculo de Évora em 1975 e à Assembleia da República entre 1976 e 1979, Manuel Gusmão foi membro do Secretariado do Grupo Parlamentar do PCP, membro do Conselho da Comunicação e, em 2004, mandatário ao Parlamento Europeu.
Ao longo da sua carreira recebeu o Prémio do P.E.N. Clube Português para Melhor Obra de Poesia, em 1997, com "Mapas, o Assombro e Sombra", o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores e o Prémio de Poesia Luís Miguel Nava relativos a 2001, com "Teatros do Tempo", entre outras distinções.
Em 2011 foi-lhe atribuído o Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho, por "Tatuagem e Palimpsesto: da Poesia em Alguns Poetas e Poemas" e, em 2014, o Prémio de Poesia António Gedeão, pelo "Pequeno Tratado das Figuras".
Em 2019, foi distinguido com a Medalha de Mérito Cultural como reconhecimento do Governo português pelo "inestimável trabalho de uma vida dedicada à produção literária e à poesia, difundindo amplamente, em Portugal e no estrangeiro, a Língua e a Cultura portuguesas, ao longo de mais de cinquenta anos".
Durante o seu percurso académico, Manuel Gusmão deu cursos, conferências ou ciclos de conferências, sobre cultura, literatura portuguesa ou literatura francesa nas Universidades de Colónia, Lovaina, Bolonha, Paris III, Veneza, Autónoma de Barcelona e, no Rio de Janeiro, na Universidade Federal e na Pontífica Universidade Católica.
A URAP apresenta à família e amigos de Manuel Gusmão as suas mais sentidas condolências.