Mário Brochado Coelho, resistente antifascista e advogado, que integrou a Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos e foi advogado de muitos presos políticos, morreu dia 23 de Novembro, no Porto, aos 84 anos.
Brochado Colho, que foi expulso por motivos políticos da Universidade de Coimbra, no final dos anos 50, e viria a concluir a licenciatura em Lisboa, pertenceu ainda ao Cineclube do Porto, à Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, à Unicepe, e à Cooperativa Cultural Confronto, de que foi fundador. Foi ainda advogado do Sindicato dos Bancários do Norte, tendo participado na criação da CGTP Intersindical.
Entre os presos políticos que defendeu nos Tribunais Plenários do Porto e Lisboa encontra-se Joaquim Pinto de Andrade, presidente de honra do MPLA. Ficaria célebre a sua leitura do depoimento no Tribunal Plenário da Boa-Hora, em 1971.
Após o 25 de Abril foi um dos promotores do Tribunal Cívico Humberto Delgado, criado a partir da impunidade dos crimes da PIDE/DGS, incansável na busca pela verdade do assassinato à bomba do padre Max e da estudante Maria de Lurdes, em Abril de 1976, perto de Vila Real. Desenvolveu trabalho cívico, dando apoio jurídico a várias associações de moradores do Grande Porto e no processo de construção de habitação do SAAL Norte. Foi ainda autarca no Porto, em 1977 e 1981.
Em 2005 foi condecorado com a Ordem da Liberdade, pelo Presidente Jorge Sampaio, e em 2015, a Medalha Municipal de Mérito - Grau Ouro da Câmara Municipal do Porto.
À família e amigos, a URAP apresenta as mais sentidas condolências.