Pela segunda vez na História, o Presidente dos Estados Unidos Donald Trump inclui Cuba na lista norte-americana de Estado patrocinador do terrorismo.
A primeira ocorreu nos últimos dias do primeiro mandato presidencial de Trump (2017-2021), a 11 de Janeiro de 2021, depois de ter sido retirada durante o período de aproximação entre Havana e Washington no segundo mandato do Presidente Barack Obama (2013-2017).
A segunda, a 20 de Janeiro de 2025, anulando o decreto do Presidente Joe Biden (2021-2025) lavrado seis dias antes de terminar o seu mandato, após um acordo ente os dois países - EUA e Cuba - que contou com a mediação do Vaticano.
Em troca, segundo o acordo, o governo cubano libertaria 553 pessoas "por delitos diversos". De acordo com números oficiais, mais de 500 cubanos foram condenados a até 25 anos de prisão por participarem dos protestos conhecidos como 11-J.
A decisão tomada por Trump não constitui uma surpresa, tendo em visa a sua prática política e atendendo a que este nomeou Marco Rubio, filho de imigrantes cubanos e crítico do regime da ilha, para chefiar a diplomacia.
A par desta medida injusta, extensível a outros estados da América Latina, como é o caso da Venezuela, que impede o seu desenvolvimento económico e social, permanece o embargo comercial imposto pelos EUA há mais de 60 anos, endurecido por Trump no seu primeiro mandato.
Esta decisão, política e económica, fomenta dificuldades várias para o governo e o povo cubanos no domínio, nomeadamente, das exportações e importações, do investimento, das relação com entidades financeiras e bancárias, nas áreas da saúde e educação, visando atingir a qualidade de vida da população.
Ao fazê-lo, o governo Trump apresentou como argumentos o apoio de Cuba ao líder da Venezuela, Nicolás Maduro, e a sua recusa em extraditar rebeldes colombianos para a Colômbia, entre outras questões, incluindo o facto de continuar a dar abrigo a cidadãos norte-americanos procurados.
A URAP condena a posição dos EUA e manifesta a sua solidariedade com Cuba, enquanto reafirma o direito dos povos à sua soberania e independência.