A 8 de Maio de 1945, a Alemanha nazi assinava a rendição incondicional que poria fim à II Guerra Mundial. No dia seguinte, 9 de Maio, milhões de pessoas comemoraram nas ruas o que passou à História como o Dia da Vitória.
O Exército Soviético tinha tomado o Reichstag, em Berlim, dia 2, e os Estados Unidos lançavam mesmo assim, dias 6 e 9 de Agosto de 1945, duas bombas atómicas sobre Hiroxima e Nagasáqui, cidades de um Japão já derrotado. A 2 de Setembro, o militarismo japonês capitulava.
Para trás ficava a maior tragédia da história da humanidade. Cerca de 55 milhões de vítimas, entre as quais 20 milhões de cidadãos soviéticos morreram na II Guerra Mundial. Auschwitz e os muitos outros campos de concentração e extermínio nazis estão entre os mais hediondos crimes do nazi-fascismo.
O Dia da Vitória deste ano celebra-se em condições muito particulares: uma guerra no leste europeu - com a invasão da Ucrânia pela Rússia em Fevereiro passado, que vem na sequência de um conflito regional que data de 2014 - corre agora o risco de atingir proporções alarmantes e mesmo de tornar-se num conflito mundial, dadas as forças em presença; e o peso cada vez maior dos ultraliberais e neofascistas nas estruturas políticas de muitos países da Europa e do mundo.
Tudo o que foi claro em 1945, como a libertação do fascismo e da guerra, regressou agora com mortes, feridos, refugiados e destruição.
Apelamos ao fim da guerra, na Europa e em outros pontos do globo. Apelamos ao cessar-fogo imediato e à resolução dos conflitos através da diplomacia com negociações efectivas e duradouras de acordo com o Direito Internacional, legado da Vitória inscrito na Carta das Nações Unidas.
Ao mesmo tempo que agradecemos a todas as forças da coligação antinazi, dos aliados e dos resistentes dos países ocupados em 1945, afirmamos que a construção de um Mundo mais justo, solidário e de paz continua hoje, 77 anos depois da Vitória sobre o nazi-fascismo, a estar na ordem do dia e a ser defendido por milhões de seres humanos.