“Perdemos o meu avô. Uso o plural em toda a sua extensão. Perdemos o meu avô, todos nós. Quem não o conheceu que saiba que ontem partiu o mais gentil dos inquebrantáveis, o mais juvenil dos heróis. Um militante!”
Assim começa a carta de seu neto Miguel, que introduz uma missiva - “um testemunho de um pormenor da sua vida” - que Armando Myre Dores escreveu ao patriota angolano, amigo desde 1955, Lúcio Lara, pelos seus 80 anos.
Armando Myre Dores tinha 85 anos. Nascido em Maio de 1936, morreu dia 24 em Lisboa. Sócio da URAP, era militante do PCP desde 1956 e funcionário do Partido de 1959 a 1991, integrava actualmente o Sector Intelectual da Organização Regional de Lisboa.
Lutador anti-fascista, fundador e dirigente da Associação Portuguesa de Amizade e Cooperação Iúri Gagárin (antiga Associação Portugal-URSS). Foi também co-fundador do Grupo de Estudos Marxistas.
Armando Myre Dores deixa variadíssimos ensaios em diversas publicações, foi professor de Matemática e Psicologia (1990-2001) na Escola Profissional Bento de Jesus Caraça, formador na CGTP-IN.
Profundamente empenhado na queda do fascismo, na Revolução de Abril e na construção da democracia, homem de uma enorme sensibilidade a par de uma enorme firmeza, é com enorme tristeza que a URAP endereça as mais sentidas condolências à mulher, filhos, netos e amigos de Armando Myre Dores.
- Antifascistas