O ex-presidente da República Jorge Sampaio morreu hoje aos 81 anos no Hospital de Santa Cruz, onde estava internado desde 27 de Agosto, na sequência de dificuldades respiratórias.
Jorge Fernando Branco de Sampaio nasceu em Lisboa, a 18 de setembro de 1939, foi presidente da República durante dois mandatos, de 1996 a 2016.
Antifascista desde a juventude, desempenhou um papel importante no movimento associativo estudantil de resistência à ditadura, em particular na Crise Académica de 1962, enquanto secretário-geral da RIA (Reunião Inter-Associações), integrou a CDE, sendo candidato em 1969, depois de ter participado activamente na campanha presidencial de Humberto Delgado, em 1958.
Jorge Sampaio militou no Movimento de Acção Revolucionária (MAR), o Movimento de Esquerda Socialista (MES) e por fim, em 1978, aderiu ao Partido Socialista (PS), partido do qual foi secretário-geral (1989-1992). Foi deputado à Assembleia da República. No Conselho da Europa foi membro da Comissão Europeia dos Direitos do Homem.
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa entre 90 e 96, fez uma coligação com a CDU para governar Lisboa. Após ter deixado a presidência da República foi escolhido pela ONU para Enviado Especial do secretário-geral das Nações Unidas para a Luta contra a Tuberculose, e depois para Alto Representante para a Aliança das Civilizações.
Formado em Direito pela Universidade Clássica de Lisboa, desenvolveu uma carreira solidária de advogado, com grande destaque como advogado de presos políticos, defendendo dezenas de ativistas, democratas e outros resistentes antifascistas no Tribunal Plenário.
Em 1969 foi um dos candidatos da Comissão Democrática Eleitoral (CDE) às eleições para Assembleia Nacional.
Sampaio apoiou a causa dos refugiados em Portugal, fundando a Plataforma Global para os Estudantes Sírios à qual em Agosto deste ano quis acrescentar um programa de emergência de bolsas de estudo para jovens afegãs.
Jorge Sampaio foi distinguido com diversas condecorações nacionais e internacionais, tendo sido a última o Prémio Nelson Mandela, atribuído pela ONU, em 2015.
À sua mulher, Maria José Ritta, filhos, família e amigos, a União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) apresenta as mais sentidas condolências.