Francisco Lobo, resistente antifascista, ex-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, que pertenceu à direcção da URAP e foi director do Boletim, morreu dia 27 de Novembro, no Barreiro, de onde era natural, aos 90 anos.
Francisco Rodrigues Lobo nasceu a 17 de Novembro de 1931, no Barreiro, onde viveu até 1965, data em que foi para Setúbal por motivos profissionais. Era operário na IMA, empresa de montagem de automóveis. Trabalhava desde os 14 anos numa metalurgia e foi preso pela PIDE aos 20 anos pela sua acção contra a ditadura.
Integrado nas listas da Aliança Povo Unido (APU), Francisco Lobo, membro do PCP desde 1974, cumpriu dois mandatos de três anos, entre 1979 e 1985, como presidente da Câmara Municipal de Setúbal.
Em 2008, publicou o livro “Histórias de Setúbal /1974-1986”, uma edição da URAP, no qual relata as memórias da revolução de Abril, nomeadamente as primeiras manifestações do 25 de Abril e do 1.º de Maio, legado que deixou porque, segundo afirmou, quando a “memória se perde é como se não tivesse existido”.
Pela acção desenvolvida em favor da democracia e dos direitos humanos, a Câmara Municipal do Barreiro atribuiu-lhe, em 2003, o galardão “Barreiro Reconhecido” na área da Resistência Antifascista e, em 2004, a Câmara Municipal de Setúbal agraciou-o com a Medalha de Honra “Paz e Liberdade”.
A URAP envia sentidas condolências à família, ao mesmo tempo que enaltece a vida e obra de Francisco Lobo, um nome indissociável da história do Poder Local do distrito de Setúbal e da resistência antifascista, um vulto que deixou a sua marca na memória de todos e é um exemplo para as futuras gerações que prezam a beleza da luta por um mundo melhor e querem a democracia e a liberdade.