A URAP lembra, dia 8 de Setembro, os 84 anos da “Revolta dos Marinheiros”, data maior de um dos primeiros actos de resistência ao salazarismo, que levou a uma violenta repressão por parte das forças de segurança, com a prisão dos marinheiros revoltosos e o envio de muitos deles para o Campo de Concentração do Tarrafal.
Na noite de 8 de Setembro de 1936, culminando um intenso trabalho de agitação e manifestações contra a repressão fascista, um grande número de marinheiros, membros da Organização Revolucionária da Armada (ORA), iniciou uma acção que visava apossar-se dos navios “Dão”, “Afonso de Albuquerque” e “Bartolomeu Dias”.
O objectivo era fazer um ultimato ao governo de Salazar, tendo ao seu dispor o potencial de fogo próprio dos navios, que entretanto deveriam ser postos a salvo fora da barra, e obrigar a que fossem libertados e reintegrados 17 marinheiros, punidos após uma expedição do Afonso de Albuquerque a Espanha, em Agosto, pouco depois de ali ter eclodido a guerra civil.