Por M. F.
Este poderia ser o título de um livro de histórias para crianças. Poder-se-ia até contar, com todo o rigor, que os que lá davam entrada eram os mais valentes, generosos, justos e dignos homens do reino. Mas não é uma história de crianças, ainda que quem hoje seja criança deva mais tarde lê-la, para não ignorar a História e saberem o que foi o fascismo em Portugal.
Esta é uma parte, uma pequeníssima parte desse período negro que durou 48 anos!
Os mais velhos, mesmo os que não participaram pelas razões mais diversas na luta contra o fascismo, ouviram com toda a certeza falar das prisões do Aljube, de Peniche ou de Caxias, e até do Tarrafal, como prisões para presos políticos, ou seja, para tudo o que "cheirasse" a comunismo (fossem comunistas - como a maioria era - ou não), para todos os que discordassem do regime em vigor.
Poucos conhecem, porém, as prisões de Angra do Heroísmo: o Castelo e o Castelinho, usadas enquanto o Campo de Concentração do Tarrafal (na ilha de Santiago, Cabo Verde), o célebre "campo da morte lenta", não fosse terminado.