Realizamos esta Assembleia Geral na data de 19 de Setembro e não em Março de 2020, como sabemos, devido à crise sanitária em que temos vivido. Os dados apresentados referem-se, pois, a este período.


ORGANIZAÇÃO
Até Março de 2020, inscreveram-se 50, como associados da URAP.
Neste espaço de tempo, valorizamos a criação do Núcleo da Moita e realizaram-se várias reuniões em algumas zonas do país, com democratas que se mostraram interessados em participar na criação de novos Núcleos.
Os núcleos existentes, mesmo os mais recentes, tiveram, ao longo destes meses, intensa actividade política e cultural, como comprovarão os seus relatórios.
Deram-se também passos significativos na actualização do ficheiro e na sua informatização.

ACTIVIDADE 25 DE ABRIL
O 45º. Aniversário do 25 de Abril foi amplamente comemorado pela URAP por praticamente todo o país, nomeadamente nos desfiles de Lisboa e Porto.
As sessões em escolas, feitas essencialmente por ex-presos políticos, atingiram o número 83, abrangendo mais de 5000 jovens alunos.


A LUTA VALEU A PENA
Este ano ficou marcado também, pelo culminar da intensa luta travada contra a decisão do Governo de instalar uma Pousada de luxo no Forte de Peniche, com a inauguração, no dia 25 de Abril da 1ª. Fase do Museu da Resistência e da Liberdade, bem como do Mural com o nome de todos os presos políticos que ali estiveram encarcerados, investigação que a URAP se orgulha de ter realizado, em parceria com a Câmara Municipal de Peniche.


Na cerimónia da inauguração intervieram o Primeiro Ministro e, em nome de todos os presos, Domingos Abrantes, Conselheiro de Estado.
Manteve-se, conforme estava programado, no dia 27 de Abril, data da libertação dos presos, a Festa Popular que comemora a vitória da luta pelo Museu Nacional. Um desfile que contou com cerca de 4.000 pessoas, vindas de todo o país e que, com faixas e palavras de ordem “25 de Abril Sempre” “Fascismo Nunca Mais” concentrou-se no Largo dos Bombeiros e percorreu as ruas até ao Largo da Fortaleza.

 

No pátio da Fortaleza, junto ao Memorial, actuaram Gisela João, Fernando Tordo, Luísa Ortigoso e o Coro Lopes Graça.
Intervieram o Presidente da Câmara Municipal, Henrique Bertino, a Ministra da Cultura Graça Fonseca e Domingos Abrantes, em nome dos presos políticos.


1º. DE MAIO
No 1º de Maio, como já vai sendo hábito, participámos nas comemorações da CGTP com um pavilhão de venda de livros e outros materiais, publicados pela URAP.


ANIVERSÁRIO DA URAP
O 43º. Aniversário da URAP foi comemorado no dia 4 de Março num almoço num restaurante em Lisboa, com a participação de cerca de 80 sócios e amigos. Convívio fraterno em que não só se falou nas lutas passadas, mas no presente, onde a URAP, na situação que se vive em Portugal e no Mundo, tem um papel importante a desempenhar.


URAP NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA
A convite da Assembleia Municipal de Lisboa, a URAP interveio sobre a Mulher e o Trabalho, no Fórum Lisboa, na
1ª. Sessão do Debate Temático “45 Anos depois do 25 de Abril, os Direitos das Mulheres no Mundo do Trabalho”.

 

“DO HEROÍSMO À FIRMEZA”
Foi também neste ano de 2019 que a Assembleia da República aprovou uma Resolução apresentada pelo BE e PCP.
Consolidou-se, assim, institucionalmente a implementação do projecto museológico ”Do Heroísmo à Firmeza”, na sede da antiga Pide no Porto, por que tanto se tem batido o Núcleo da URAP do Porto.


CONTRA O MUSEU SALAZAR
A URAP, logo após ter tomado conhecimento pela Comunicação Social das declarações do Presidente da Câmara de Santa Comba Dâo, sobre a nova investida (já tinha havido em2007) de criação de um Museu Salazar, alertou num comunicado, em 30 de Julho de 2019, para o perigo que tal projecto, a concretizar-se, constituiria.
A este alerta, 204 ex-presos políticos escreveram uma carta ao Presidente da Assembleia da República e ao Primeiro Ministro, rejeitando a criação deste Museu e apelando à intervenção destes Órgãos do Estado para conter esta iniciativa que desrespeita a Constituição da República Portuguesa.
Seguiu-se um abaixo-assinado on line, também dirigido ao Primeiro Ministro com 18.000 assinaturas. Seguiu-se  angariação de assinaturas para uma Petição dirigida à Assembleia da República de que destacamos os dias 6 e 7  de Dezembro em que, em várias zonas do país se contactaram pessoas na rua para assinarem. Esta luta não terminou e vai ter de continuar, pois esta sinistra ideia a concretizar-se seria um polo de saudosismo fascista e de revivalismo do regime opressor, derrubado em Abril de 74.

 

CONVÍVIO 3 ANOS DE LUTA PELO MUSEU
Pelos 3 anos do convívio memorável de ex-presos políticos, familiares, amigos e outros democratas, que deu início à luta
contra uma Pousada de luxo no Forte de Peniche, a URAP decidiu realizar a 26 de Outubro, um encontro/convívio para deixar claro o propósito da satisfação e também o apoio ao que ainda falta fazer para a completa instalação desse símbolo de luta e resistência. O convívio juntou centenas de democratas, com intervenções, canto livre e visitas guiadas por ex-presos políticos.


REUNIÃO O COM REPRESENTANTES DOS NÚCLEOS
Em 30 de Novembro, a Direcção da URAP realizou uma reunião com representantes dos Núcleos, com o fim de
troca de experiências e também de balanço à sua actividade. Estiveram presentes cerca de 50 sócios .


XVIII CONGRESSO DA FIR
Com os temas “Em conjunto com as gerações actuais, perpetuemos a herança dos combatentes e dos perseguidos, lutemos contra o neofascismo, o racismo e as raízes do fascismo, bem como pela democracia, o humanismo, a justiça social e um novo mundo de paz e liberdade”, realizou-se o XVIII Congresso, em Reggio Emilia, Itália.
A delegação portuguesa composta por Marília Villaverde Cabral, José Pedro Soares e Francisco Canelas fez uma intervenção durante o Congresso, na qual se destacou a situação política mundial e portuguesa. (Mais informações sobre o Congresso estão na Página da URAP, no Facebook e no Boletim)

 

LIVROS DA URAP
Devemos sublinhar que as edições dos livros editados pela URAP têm sido, para além da ajuda financeira, um bom pretexto para a sua apresentação em várias terras do país, com sessões que nos têm ajudado a contactar antifascistas e a entusiasma-los a participar nesta luta que, para além do passado, de que tiramos experiência e conhecimento, é também uma luta do presente, como acontecimentos de racismo, de fascismo têm vindo a demonstrar. Vamos continuar neste caminho e podemos dizer que no ano de 2019, se conseguiu realizar cerca de 60 sessões.


Este Relatório não traduz toda a riqueza da actividade da URAP. Houve Núcleos que realizaram Iniciativas de grande relevo e que, de certo, irão referir nas suas intervenções, bem como nos Relatórios escritos que complementarão este Relatório:
Sessões sobre temas da actualidade, sobre História, Culturais, visitas ao Museu do Aljube, iniciativas muito diversificadas, contributos para esta luta que vai exigir muito de todos nós.

 

Aprovado por unanimidade em Assembleia-geral, em 19 de Setembro de 2020, Lisboa

 

 

 

 

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Estes tempos incertos em que vivemos, dificulta-nos a programação para a actividade da URAP.


Houve iniciativas que não tivemos condições de realizar e que poderíamos programar para este ano, mas tendo em conta esta pandemia que se abateu sobre o nosso país e o mundo, não temos a certeza se as poderemos concretizar, porque não dependem somente da nossa vontade:
A visita guiada à Andaluzia;
A ida colectiva ao Parlamento Europeu;
O Comboio dos 1.000.


SESSÕES NAS ESCOLAS
Em relação às sessões nas escolas - teremos de fazer um esforço no contacto com professores e Câmaras Municipais para as realizar, ou de forma presencial ou de vídeo conferência.


SESSÕES DE APRESENTAÇÃO DE LIVROS
É necessário ganhar os Núcleos para a realização de sessões de apresentação dos livros já editados pela URAP, em várias terras do país e que têm sido, em anos anteriores, iniciativas que têm dado frutos quer no reforço da organização, quer na melhoria da situação financeira.

 

MUSEU DE PENICHE
Manter os contactos com a Direcção Geral do Património, com vista ao desenvolvimento do que foi estabelecido no Protocolo assinado entre esse Órgão e a URAP e estarmos atentos para que as obras programadas, a seguir à lª. Fase do Museu, sejam uma realidade.


DO HEROÍSMO À FIRMEZA
Prosseguir a actividade na antiga sede da Pide no Porto e continuar os contactos com o Ministério da Cultura para que o Museu do Porto, cujo lema, “Do Heroísmo à Firmeza”, não fique esquecido.


LUTA CONTRA O MUSEU SALAZAR
A luta contra o projecto do Museu Salazar, ou com outro nome, em Santa Comba Dão, vai exigir um grande esforço, para que a Assembleia da República vote favoravelmente a Petição da URAP.


LIVROS DA URAP
Após a edição do livro de Peniche, traduzido para castelhano, é importante o contacto com estruturas antifascistas de Espanha, para o darmos a conhecer e ver a possibilidade de o comprarem.
Outras edições estão a ser trabalhadas – Sobre as Mulheres que foram presas, sobre Angra do Heroísmo, as prisões no Porto, Setúbal e Caxias.


Vítimas do TARRAFAL
Cumpriremos, também este ano que vem, o dever de homenagear os homens que pelo seu amor à Liberdade morreram no campo da morte lenta, longe das suas terras e das suas famílias. Iremos, mais uma vez ao seu Mausoléu para que não fique esquecida a sua luta e a sua coragem.


INICIATIVAS DIVERSIFICADAS
Continuaremos a incentivar as visitas ao Museu do Aljube, bem como programar iniciativas conjuntas.


Contaremos, de certo, com a disponibilidade dos companheiros ex-presos políticos para as visitas guiadas ao Museu de Peniche e ainda este ano, mais uma vez, organizaremos em Outubro um convívio de ex-presos políticos, familiares, amigos e outros democratas para lembrar o início da luta contra a decisão do Governo de transformar aquele símbolo da repressão e da resistência, numa Pousada de luxo e lembrar que a luta valeu a pena.

 

Aprovado por unanimidade em Assmebleia-geral a 19 de Setembro de 2020, Lisboa

 

 

 

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cartaz75anosfimdaguerra s75º aniversário da Vitória sobre o nazi-fascismo
Pela liberdade, a paz e a verdade
Não ao fascismo e à guerra

 

No dia 2 de Maio de 1945, o Exército Soviético tomou o Reichstag, em Berlim. Poucos dias depois, a 8 de Maio, a Alemanha nazi assinava a sua rendição incondicional. No dia seguinte, 9 de Maio, milhões de pessoas comemoraram o dia que passou à História como o dia da Vitória.

 

A 6 e 9 de Agosto de 1945, os EUA lançavam o horror atómico sobre Hiroxima e Nagasáqui, cidades de um Japão já derrotado. No dia 2 de Setembro o militarismo japonês capitulava.

 

Para trás ficava a maior tragédia humana que a História conheceu. Cerca de 75 milhões de pessoas morreram na Segunda Guerra Mundial. Auschwitz e os muitos outros campos de concentração e extermínio nazis figuram entre os mais hediondos crimes do nazi-fascismo.

 

Mas a História da Segunda Guerra Mundial é também e sobretudo a da heróica resistência e luta contra o fascismo e a guerra.

 

Por toda a Europa, e noutras partes do Mundo, os trabalhadores e os povos resistiram, lutando pela libertação da Humanidade da barbárie nazi-fascista, sendo os obreiros do caminho que levou à Vitória, protagonizando das mais heróicas páginas de coragem, de generosidade, de abnegação. De entre eles emerge, com a dimensão dos mais de 20 milhões de mortos, a União Soviética, o povo soviético e o seu Exército Vermelho.

 

Das trevas da opressão das ditaduras fascistas levantaram-se milhões de homens, mulheres, jovens, organizando, resistindo e lutando, quantas vezes na clandestinidade e de armas na mão, pela liberdade e a paz. A resistência adquiriu mil formas, tantas quantas as vontades, os ideais, as forças que abraçaram a luta contra o nazi-fascismo.

 

Comemorar a Vitória é prestar homenagem aos que resistiram e lutaram. É recordar que a força dos ideais libertadores e a unidade dos anti-fascistas pode derrotar os mais tenebrosos planos de exploração, opressão, dominação.

 

Comemorar a Vitória é não deixar deturpar a História. É não esquecer os que foram responsáveis pela ascensão do fascismo e o desencadear da guerra. É combater o branqueamento e a reabilitação do fascismo, e a criminalização dos anti-fascistas que o combateram.

 

Comemorar a Vitória é afirmar a determinação da rejeição da ingerência, da agressão, da guerra. É defender o Direito Internacional, legado da Vitória inscrito na Carta das Nações Unidas, e não transigir na defesa dos direitos dos povos à sua auto-determinação e soberania.

 

Comemorar a Vitória é valorizar e defender os avanços e direitos alcançados pelos trabalhadores, as mulheres, os jovens, os povos. É tomar parte, unir forças, emoções e criação, convergir na luta contra a exploração e a opressão, caminhando lado a lado pela democracia, os direitos, o progresso, a justiça, a paz, a cooperação.

 

Comemorar a Vitória é recordar que em Portugal foi imposta uma ditadura fascista que colaborou com o nazismo alemão e que oprimiu o povo português, suprimiu liberdades, reprimiu, torturou e assassinou, impôs o atraso, a miséria, as guerras coloniais.

 

Comemorar a Vitória é recordar que em 1945, a luta antifascista saiu à rua em Portugal para festejar a derrota do nazi-fascismo e a esperança que se fortalecia. É lembrar que em Portugal houve quem tenha dado tudo, incluindo a própria vida, para resistir contra a longa noite fascista e fazer florir a liberdade e a paz em Abril de 1974. É defender os valores da Revolução de Abril e o regime democrático consagrado na Constituição da República Portuguesa.

 

Comemorar a Vitória é olhar para o Mundo de hoje e para a História que a Humanidade comporta lutando para que a barbárie nazi-fascista jamais se repita. É rejeitar a resignação e o medo perante as injustiças e os perigos que emergem. É construir caminhos de luta e liberdade contra a ameaça do fascismo.

 

A construção de um Mundo mais justo, solidário e de paz continua, 75 anos depois da Vitória sobre o nazi-fascismo, a ser abraçada por milhões de homens e mulheres.

 

É em nome dos combates do nosso tempo, honrando a História e a luta dos povos que comemoramos o dia 9 de Maio, o dia da Vitória, afirmando que 75 anos depois faz sempre e cada vez mais sentido defender a liberdade, a paz e a verdade, e dizer não ao fascismo e à guerra.

Organizações subscritoras (em atualização)

- Associação de Amizade Portugal-Cuba (AAPC)
- Associação Intervenção Democrática (ID)
- Associação Portuguesa de Amizade e Cooperação Iúri Gagárin
- Associação Projeto Ruído
- Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional (CGTP-IN)
- Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC)
- Ecolojovem - «Os Verdes»
- Juventude Comunista Portuguesa (JCP)
- Movimento Democrático de Mulheres (MDM)
- Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC)
- União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP)
- União de Sindicatos de Leiria
- União de Sindicatos de Lisboa

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A URAP foi fundada a 30 de Abril de 1976, reunindo nas suas fileiras um largo núcleo de antifascistas com intervenção destacada durante a ditadura fascista. Mas a sua luta antifascista vem de mais longe.
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